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10/02/2022 às 19h42min - Atualizada em 10/02/2022 às 19h42min

Comunidade Bom Acerto denuncia ameaças após liminar de despejo

Diário de Balsas
Máquinas para derrubarem barracos já foram vistas na área - Foto: Divulgação / Diário de Balsas
 
Famílias da comunidade Bom Acerto, na zona rural Balsas, denunciam que passaram a sofrer ameaças após uma liminar do Tribunal de Justiça do Maranhão decidir a favor do empresário que afirma ser o proprietário da área onde vivem.

A decisão judicial, divulgada nessa segunda (7), suspendeu o direito das oito famílias de permanecerem na comunidade. Em um vídeo gravado pelos moradores, um homem, que se apresentou como o advogado do empresário que afirma ser o dono da área, teria tirado fotos dos barracos e feito ameaças.

Os trabalhadores rurais também denunciam que a área próxima ao acampamento está sendo desmatada e que temem serem expulsos por homens armados a qualquer momento.

“Se demolirem os barracos nós vamos ficar na mata mesmo, não tem pra onde ir mais não, porque agora nós não temos condições de fazer casas”, afirma uma moradora da comunidade.

A defesa dos trabalhadores rurais alega que o Ministério Público do Maranhão ainda tem 15 dias para emitir um parecer sobre a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça. Eles também ressaltam que qualquer ação de despejo precisa ser feita com a presença de um oficial de Justiça e a segurança da Polícia Militar.

“É uma grave violação dos direitos humanos. Essas famílias, ao longo dos últimos meses, solicitaram apoio para reconstrução de suas vidas, que foram aniquiladas por conta do primeiro cumprimento de uma decisão judicial em agosto de 2020, em plena pandemia. E agora, mais uma vez, quando há um aumento significativo nos casos de contaminação da Covid, uma nova determinação judicial determina o desalojamento compulsório desses moradores”, pontua o advogado Diego Cabral. A luta dos moradores pela área de 600 hectares começou em agosto de 2020, quando casas e plantações foram destruídas por um trator, durante o cumprimento de um mandato de reintegração de posse expedido pela Justiça de Balsas.

Os moradores recorreram e ganharam no Tribunal de Justiça o direito de voltarem para a área em maio de 2021. No entanto, eles ainda alegam que sofrem ameaças constantes. O Tribunal de Justiça disse que aguarda o prazo de 15 dias para se manifestar sobre a questão. 

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