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31/12/2021 às 17h54min - Atualizada em 31/12/2021 às 17h54min

FIEMA faz balanço de 2021 e expectativas para 2022

Economia Industrial do MA, produzido pela FIEMA apresenta números

Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA
Edilson Baldez, presidente da FIEMA acredita da retomada da indústria - Foto: Divulgação
 
SÃO LUÍS -
A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), por meio da Coordenação de Ações Estratégicas, elaborou o estudo “Economia Industrial do Maranhão” para apresentar um balanço conjuntural da economia industrial em 2021 e expectativas formuladas para o novo ano de 2022 no Estado. 

“Ao se falar de 2021 não se pode deixar de considerar as particularidades que o cercaram e que, em determinados aspectos, tornaram-no, também, um período de transição entre a situação atípica de 2020 e as incertezas de 2022. Em 2020, todas as economias mundiais sofreram os impactos provocados pela pandemia do Covid-19, tanto sobre a vida das empresas, quanto das pessoas. Imposição do isolamento social, choque de oferta e de demanda, queda de renda, de emprego, fechamento de empesas, endividamento de pessoas físicas e jurídicas, intensa redução da atividade produtiva”, destacou o economista, coordenador de ações estratégicas da FIEMA e responsável pelo estudo, José Henrique Polary. 

MA - Em relação ao Maranhão, a pandemia do novo coronavírus abalou toda a estrutura das atividades produtivas, independente de setor ou porte de empresas, mas o impacto maior se verificou no setor terciário, uma vez que ele responde por 70% do Valor Adicionado Bruto (VAB) da economia, apontou o estudo. 

Há que considerar, no entanto, que o fato de vários segmentos da cadeia produtiva da construção terem sido classificados como “atividades essenciais” contribuiu para mitigar os problemas criados pela Covid-19, principalmente em termos de emprego e geração de rendas. Agregue-se, ademais, como elemento positivo, que o setor agropecuário se manteve praticamente inatingido pela pandemia, e isto propiciou manter a oferta de produtos alimentícios básicos e gerar exportações (caso dos grãos). 

“A pandemia não acabou, mas nem por isso o cenário deve ser pessimista. Há indicativos que favorecem expectativas de crescimento industrial, tanto na indústria de transformação/extrativa, quanto na construção e até mesmo nos serviços industriais de utilidade pública, onde se projetam investimentos em energia limpa, saneamento (água, esgotos e resíduos sólidos), infraestrutura e logística. Não havendo agravamento da crise sanitária, o segmento de turismo maranhense voltará a crescer, com fluxos direcionados para São Luís, Alcântara, Lençóis Maranhense e Chapada das Mesas, intensificando a ocupação de mão de obra e aumentando os rendimentos médios”, destaca o presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves. 

PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTOS – No estudo elaborado pela FIEMA são apontadas várias perspectivas de desenvolvimento, como o Centro Espacial de Alcântara que tem um plano de desenvolvimento integrado em construção, assim como as perspectivas de exploração de petróleo e gás natural na bacia Pará-Maranhão (potencial de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo); a implantação da Zona de Processamento de Exportações (ZPE) que pode ser associadas a uma planta de produção de hidrogênio verde no Maranhão, com estudos já em andamento;  as possibilidades de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) para uso veicular e industrial; assim como produzir fertilizante no próprio território maranhense a partir da utilização do hidrogênio verde.  

“Esforços nesse sentido serão intensificados pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão e demais entidades empresariais, governo do estado e universidades. Superar a crise é necessário, mas não suficiente para voltar a crescer. E 2022 é o marco inicial desse processo de construir as plataformas para um novo crescimento industrial dinâmico, inclusivo e sustentável”, destaca Baldez.
  
BALANÇO CONJUNTURAL DE 2021 - Nos primeiros meses de 2021, os indicadores conjunturais mostravam a produção industrial marcando taxas positivas de crescimento, o mesmo acontecendo com o comércio, os serviços e o emprego.  

Mas, ainda no primeiro trimestre, estourou a segunda onda da pandemia e, com ela, cresceram as dúvidas e incertezas quanto à continuidade do processo de recuperação econômica. A produtividade caiu, os estoques foram abaixo dos níveis planejados e a escassez de insumos e matérias fez subir os custos de produção, reduzindo a oferta de produtos. 

“A falta ou alto custo das matérias primas foi o problema mais assinalado pelos empresários industriais entre os principais enfrentados no segundo trimestre de 2021. É o quarto trimestre consecutivo em que esse é o problema selecionado”, destacam as análises conjunturais da CNI. Tais dificuldades persistiram ao longo de todo o segundo semestre. Outros fatores contribuíram para a instabilidade da economia industrial nesse ano de 2021, tais como: a alta do preço internacional do petróleo e derivados que impulsionou para cima o custo dos transportes dos insumos e matérias primas. 

De um modo geral, as sondagens conjunturais, junto às indústrias maranhenses, mostraram uma tendência de crescimento no preço médio das matérias primas desde o 2º trimestre de 2020, fato que, certamente, corroborou para a insatisfação dos industriais com a redução da margem de lucros e com a situação financeira das empresas em 2021. A Utilização da Capacidade Instalada nas indústrias de transformação / extrativa maranhense foi reduzida à metade, o que contribuiu para a redução do volume de produção. 

Os custos industriais da produção foram ainda impulsionados para cima por conta da redução das chuvas em várias regiões do Brasil, que reduziu o volume de águas nos reservatórios que alimentam o sistema hidrelétrico nacional. Com isso, houve redução da oferta de energia das hidrelétricas, forçando o aumento da produção das termelétricas, de custo mais elevado. 

As medidas de controle sanitário da covid-19 afetaram, também, o ritmo de trabalho técnico de desembaraço de mercadorias nas alfândegas dos principais mercados mundiais. 

O elevado volume de desempregados no Brasil e no Maranhão (aqui a taxa de desocupação calculada pelo IBGE chegou aos 15,5%) contribuiu para a redução do consumo das famílias, e essa queda só não foi mais expressiva porque o pagamento do Auxílio Emergencial ajudou a manter a economia em atividade. 

As atividades no segmento da construção maranhense iniciaram, em 2021, um processo de recuperação produtiva. Conforme indicadores conjunturais levantados no final do 3º trimestre houve uma variação positiva de 13,6 pontos na comparação com setembro de 2020. 

Apesar da sinalização positiva, para 62,5% dos empresários do setor da construção, a falta ou alto custo da matéria prima foi o principal problema enfrentado em 2021. 
No Maranhão, em que pesem as dificuldades conjunturais do ano, o empresário industrial manteve, na maioria dos meses, um Índice de Confiança superior a 50 pontos, sinalizando otimismo na economia, conforme Sondagem Industrial, da FIEMA. 

Apesar de todas as dificuldades, a economia do Maranhão ainda conseguiu, no período de janeiro a novembro de 2021, gerar 42.579 novas vagas de emprego formal no mercado de trabalho, superando em 26.017 postos os números de 2020. 

Dentro desse total, é importante destacar que a indústria, incluindo a construção civil, foi responsável pela criação de 9.517 empregos, ou seja, 23,9% da soma de todos os setores de atividade, o que é uma cifra muita significativa num cenário de muitas dificuldades e crise sanitária. 

EXPECTATIVAS PARA 2022 - Estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam um crescimento do PIB nacional, em 2021, na ordem de 4,7%, em relação a 2020. Nesse contexto, a previsão é que a industrial de transformação deva crescer em torno de 5,2%. Ressalte-se, contudo, que a base de comparação (2020) foi fortemente afetada pela pandemia. 

Para o Maranhão, a expectativa é de um crescimento por volta de 4,1%, segundo dados do IMESC-MA, com grande influência do agronegócio, do comércio/serviços e de um princípio de recuperação da construção civil. 

Não se pode, também, deixar de destacar a retomada, nesse ano de 2021, pelo Consórcio Alumar, do processo de produção de alumínio, que criou, de imediato, uma demanda de 500 trabalhadores, abrindo novos horizontes para diversificação dessa cadeia de produção. 

A indústria ainda sofre com problemas decorrentes da pandemia, tais como os desarranjos nas cadeias produtivas, que provocaram escassez de insumos e de matérias primas, tendo, como consequência, a elevação dos preços no mundo inteiro. 

Desse modo, as expectativas para 2022 não são muito satisfatórias, mas admitem um crescimento positivo da economia. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta, para a economia brasileira em 2022, um crescimento de 1,2% e o crescimento industrial poderá situar-se em 0,5%. Num cenário mais otimista, o PIB nacional poderá crescer até 1,8%. 

No caso específico do Maranhão, e considerando estimativas do IMESC-MA, a economia estadual poderá crescer cerca de 4,1% em 2021 e 4,3% em 2022. 

CONCLUSÕES - O balanço conjuntural de 2021 e as expectativas para 2022 mostram, de um lado, a dificuldades enfrentadas pela indústria brasileira e do estado do Maranhão por influência da crise sanitária do Covid-19; de outro, as expectativas, com algumas incertezas claras, que podem ser efetivadas com diferentes medidas econômicas, contribuindo para a superação dos problemas identificados. 

“Numa avaliação não muito aprofundada, vê-se que há muitos indicativos para um cenário mais otimista do que pessimista, seja no contexto estadual do Maranhão, seja no nacional. É lógico que qualquer cenário que se avalie haverá de ser levado em consideração o ambiente econômico conjuntural das principais economias do resto do mundo, em especial aquelas que representam os maiores mercados consumidores das produções regional e nacional. 

Por isso, 2022 é visto como um marco inicial de um processo de retomada de crescimento industrial, com superação dos gargalos dos descompassos das cadeias produtivas e, principalmente, com a presunção de que as reformas tributária e administrativa venha a acontecer nesse ano e, a partir delas, propiciando um ambiente de negócios mais seguro, confiável e previsível para todos aqueles que fazem a roda da economia girar continuamente. É o que se espera”, finaliza o economista, José Henrique Polary.

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