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26/12/2021 às 22h26min - Atualizada em 26/12/2021 às 22h26min

Livros & Leitura

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Da Redação
GB Edições

A Erótica do Sono

Mario Eduardo Costa Pereira escreve sobre o sono, o dormir e o sonhar a partir de uma perspectiva que vai muito além da função biológica associada ao repouso físico. Enquanto psiquiatra e psicanalista, escuta em sua prática clínica diversas queixas sobre as dificuldades para dormir, com o consequente alto consumo de fármacos para tratá-las. Amparado na tradição psicanalítica, Costa Pereira desenvolve a tese de que o sono é uma experiência erótica na qual o abandonar-se ao desconhecido está em jogo. Dormir é despojar-se das vestes diárias, das amarras do dia a dia, abandonar a necessidade de controle e confiar em que as possibilidades do desconhecido não são ameaçadoras. Além disso, com base em três peças de Shakespeare – Macbeth, Hamlet e Henrique V –, o autor aponta que o dilema do sujeito sobre a noite e o dormir não é privilégio do homem contemporâneo, já aparecendo em obras fundadoras da cultura moderna. Mas como diminuir o peso de tal dilema e transformar o sono em experiência erótica? Para responder a essa pergunta, Mario Eduardo eleva práticas da tradição brasileira, como o cafuné e as canções de acalanto, à dignidade de uma ferramenta que faz com que a passagem da vigília ao sono seja uma experiência carregada de prazer. O livro é da Aller Editora.
 

O Último Coração

Será que as máquinas vão roubar o lugar do homem? A ciência já criou tecnologia suficiente para que os robôs respondam a comandos e possam realizar tarefas simples do dia a dia. Mas, eles são capazes de sentir? “O Último Coração” é uma história futurista ambientada no fim do mundo, em que os robôs são programados para destruir a humanidade. A trama tecno-futurista de cunho filosófico, escrita pelo professor e autor mineiro Tiago Augusto Figueiredo gira em torno de Tom Figg, que tinha o sonho e a ambição de conhecer a vida no futuro. O cientista consegue realizar o grande sonho, porém, quando alcança, percebe que ninguém mais sobrou para compartilhar as ambições. Tom já está vivendo a era dos robôs. O coração do protagonista é o último a bater na Terra. Agora, irá compartilhar com as máquinas o que os homens viveram e sentiram e o que fizeram com a vida. Neste romance, Tiago transporta o leitor para um futuro distante com uma escrita introspectiva, detalhada e sensível. Entre outras reflexões, a história retrata a ambição humana, como as escolhas geram consequências e mudam o curso de toda uma era. O livro tem 478 páginas e é da Editora Autografia.
 

O Silêncio e o Grito

Das vozes que não podem ser mais silenciadas brota a energia para transformar a indignação em poesia. Novo livro da poeta carioca Thelma Miguel, “O Silêncio e o Grito” faz esse movimento no sentido de visibilizar os sentimentos das mulheres que se sentem amordaçadas pela sociedade machista. A obra reflete o amadurecimento da autora como mulher e poeta. Médica por formação e aposentada após 35 anos de carreira, Thelma Miguel passou a dedicar-se integralmente à literatura em 2018, quando publicou sua primeira coletânea de poesias, “Sem Casca”, que, segundo a autora, é “um mosaico formado com partes das muitas mulheres que habitaram meu corpo ao longo dos anos”.  Em “O Silêncio e o Grito”, a escritora vai além dos aspectos mais íntimos para abordar temas cotidianos como invisibilidade da mulher, empoderamento feminino, violência, vulnerabilidade, família e Alzheimer. À pandemia, dedica a quinta e última parte do livro, com versos sobre luto, esperança e altruísmo. Escritos entre 2018 e 2020, os poemas também refletem momentos marcantes na vida da autora, como o adoecimento da mãe e o fato de ter se tornado avó. Aos netos é que ela dedica o livro, indicado não apenas para mulheres nesta fase da vida, mas também às jovens que buscam apreciar as belezas cotidianas, sem deixar de se indignar com as injustiças. Neste sentido, George Floyd é um dos homenageados. Com 172 páginas, o livro é da Editora Pendragon.
 

O Livro de Ouro da Juventude

Seja pelos dramas morais e amorosos ou fatos divertidos e misteriosos, a adolescência é uma fase desafiadora, mas também de boas histórias para contar. O subgênero que acompanha o amadurecimento dos personagens do colegial para a fase adulta, o “coming-of-age”, ganhou sotaque nordestino na trama do escritor pernambucano Renan Valença, chamada “O Livro de Ouro da Juventude”. A obra percorre o desenvolvimento de João Vítor, Liliana, Tiago, Isabel, Bernardo, Anabel e Danilo em episódios que acontecem no colégio AMAS e na Rua 14, em Recife (PE).  O enredo começa em torno de um grande mistério: quem vandalizou o carro do professor Carlos? Todas as suspeitas caem sobre o rebelde João Vítor que nega o envolvimento. Para protegê-lo, os amigos de infância e colegas de turma unem-se em torno de um arriscado plano. A partir do acontecimento, Renan conduz o leitor a um passeio pelo passado e presente dos protagonistas que reforçam estereótipos como: o maloqueiro, a evangélica, o militante, a esquisita, o esportista, a popular e o esquecido. Porém todos autênticos e com o lado moral e imoral revelado, por vezes conflitantes, mas que convivem em harmonia. Nuances de uma amizade improvável entre os sete jovens, ao melhor estilo “Clube dos Cinco”, são reveladas neste romance que também mergulha em segredos, traumas e conflitos dolorosos e perturbadores, mas necessários para o crescimento dos personagens. O livro tem 454 páginas.

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