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22/12/2021 às 19h28min - Atualizada em 22/12/2021 às 19h28min

Jovem negro é espancado por casal após ser confundido com ladrão em Açailândia

O caso está sendo investigado e o casal pode responder por injúria racial e lesão corporal

Dema de Oliveira
Momento que Gabriel estava sendo agredido pelo casal - Foto: Divulgação/Redes Sociais
 
Açailândia - Um jovem negro identificado como Gabriel da Silva, de 23 anos, foi brutalmente agredido após ser confundido com um ladrão em Açailândia. O caso aconteceu no início da manhã do último sábado (18), mas só foi divulgado nesta quarta-feira (22).

Câmeras de segurança gravaram o momento em que Gabriel estava saindo de casa em seu carro para ir a uma confraternização da empresa na qual trabalha, quando foi surpreendido e brutalmente agredido pelo casal identificado como Jônata Barbosa e Ana Paula Vidal Correia.

As imagens mostram que a vítima entra no veículo para fazer uma pequena conferência, depois se se posiciona no banco do passageiro, com a porta aberta quando avistou Jônata saindo de um carro BMW, cor branca, acompanhado de Ana Paula Vidal Correia, moradora do mesmo condomínio que Gabriel. Eles caminham em sua direção. Já próximo do carro, o homem começou, com um tom alto e intimidador, a perguntar: “O que você está fazendo aí?” Gabriel responde que estava em seu próprio carro.

Imediatamente Ana Paula disse então para ele descer do carro.

Naquele momento, o jovem responde que não sairia, pois o carro é dele e mora no condomínio. Jônata dá a volta e vai ao encontro de Gabriel aos gritos: “Bora, bora, sai do carro”, relata Gabriel.

A vítima permaneceu dizendo que o carro era dele, que a chave do carro estava na ignição, que ele morava no condomínio, mas ambos insistiram que Gabriel era um ladrão e partiram para mais agressões e espancamento.

Enquanto a vítima se colocava com os braços erguidos para demonstrar que estava desarmado e indefeso, passou a receber pontas pés, empurrões.

Ana Paula manda Jônata segura a vítima, dizendo: “Pisa no pescoço dele e enforca até a polícia chegar.”

Gabriel ressalta que naquele momento de tortura, já ferido nos dois supercílios, que sangravam sem parar, achava que ia ser assassinado pelo casal ali mesmo.

Após uns três minutos de agressões como se pode visualizar no vídeo, o vizinho do condomínio, que passava pela rua, vendo as agressões, se aproximou e perguntou o que está acontecendo, ao que a vítima respondeu: “Eles estão achando que eu sou ladrão, e eu disse que eu moro aí e o carro é meu”.

Na sequência, o vizinho diz para Jônata e Ana Paula: “Ele é inquilino do prédio e o carro é dele.” Com essa informação, o casal se retira e entra no condomínio para a casa dela, seguindo como se nada tivesse acontecido.

Gabriel procurou uma farmácia, depois foi na casa de um amigo pedir ajuda, seguiu para a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência, mas não conseguiu, pois o sistema estava fora do ar. No domingo, Gabriel retornou à unidade policial e registrou a ocorrência. Mas pelo menos até ontem ninguém tinha sido preso. 

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