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12/11/2021 às 21h03min - Atualizada em 12/11/2021 às 21h03min

A HISTÓRIA POR BAIXO DE TIJOLOS E CIMENTO

Phelippe Duarte
 
Tem acontecido tanta coisa ultimamente na minha vida que fiquei sem tempo de usar esse cantinho do jornal, do qual sou prestador de pensamentos insanos há 14 anos. Confesso que em alguns momentos, batia a saudade de escrever para ninguém ler, e isso é a melhor coisa do mundo: posso falar besteiras interessantes, ou até mesmo, como dizia Agenor, mentiras sinceras. Nesses meses que fiquei ausente, muita coisa ocorreu no país, em Imperatriz. Ignorei como todo cidadão apolítico. Mas quando o seu carro começa a beber mais do que você, alguma coisa está errada. Melhor deixar este assunto, para uma próxima oportunidade, e os problemas sociais de lado, que envolvem toda a questão política e outros quesitos, para falarmos de um canto da história dentro da nossa rua 15 de novembro. Sim, a rua é um pedaço de ouro dividida em pequenas pepitas reluzentes de cimento, impregnados no asfalto daquele iluminado chão. No ano de 1926 um casal baiano desceu nas terras do frei e decidiu construir uma Capelinha. A rua 15 de Novembro está nesta história, porque o lote para a construção da Capelinha, foi doado por Simplício Moreira, ex-prefeito de Imperatriz e um dos homens que pavimentaram o desenvolvimento econômico e social da nossa cidade. Cidadãos como Simplício, fazem falta todos os dias para Imperatriz. Não se vê mais homens como ele, que pensavam na evolução de uma cidade, do seu povo. Estamos fadados a ver aproveitadores e marginais vestidos de terno e gravata, brincando com dinheiro público e inaugurando até banheiro químico. Nem com toda oração do mundo a Capelinha Bom Jesus, conseguiu mudar esse quadro triste da nossa realidade politica. Após décadas sob o comando firme da família Cortez Moreira, em especial pela disciplina e organização peculiar de Maria das Graças, minha querida e amada Tia Graça, filha de Simplício, a Capelinha foi entregue numa simples e histórica solenidade para o Bispo Vilsom Basso, da nossa cidade. Eu, fui o único da família Cortez Moreira, bisneto de Simplício, neto de Lindioneza e filho da Alda Olívia, que me casei por lá. Escolhi casar na Capelinha por sentir que aquele pedaço de chão, naquela rua, envolvia todo o amor e toda a fé da minha família, em um lugar só. No dia do meu casamento, foi como se todos os meus familiares que já se foram, estivessem presentes. Uma sensação que vou guardar no mais profundo canto do meu coração. Emocionado estava, emocionado estou e  emocionado estarei sempre. Mas no dia da entrega da Capelinha para o Bispo, este emocionado aqui, não compareceu. Pelo menos no meu casamento eu fui!

Imperatriz precisa conhecer a sua própria história e reconhecer as pessoas que mudaram os caminhos de suas ruas. A Capelinha Bom Jesus é o pedaço de fé, religião e história regional e nacional (Juscelino Kubitschek esteve por aqui em 1961 e pisou naquela esquina), mais antigo da nossa cidade, tendo somente a Igreja Santa Tereza como irmã mais velha. Nosso povo necessita saber, que por onde os pneus dos carros passam, por onde seus solados atravessam, existiram homens e mulheres que fizeram com que essa estrutura, fosse forte o suficiente, para seguirmos adiante em busca de nossos sonhos e objetivos. Atrás de um cimento, de um tijolo, há uma grande história, um grande feito. Obrigado a família Cortez Moreira, por ter cuidado tão bem da Capelinha Bom Jesus. O legado de Simplício Moreira persiste, mesmo que hoje as pessoas não vejam, pois em toda a cidade, tem um pedaço do sangue, de nossa família.  Alô Bispo Vilsom, Deus te abençoe e direcione para usufruir da melhor maneira possível, da nossa Capelinha. O velho Simplício com certeza está feliz, por saber que aquela esquina, está em boas mãos. “ Ecce Venio Domine’’ Bispo Vilsom, “ Ecce Venio Domine’’.

Phelippe Duarte
Administrador e Publicitário
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