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10/09/2021 às 19h25min - Atualizada em 10/09/2021 às 19h25min

Vereadores se dividem sobre natureza das manifestações de 7 de setembro

Favoráveis e contrários buscaram o direito de protestar no feriado

Sidney Rodrigues/Gidel Sena
Ascom CMITZ
Vereadores Ricardo Seidl e Carlos Hermes - Fotos: Fábio Barbosa
O Brasil em sua pluralidade, continua sendo um país de múltiplas ideias, onde existe uma disputa permanente entre alas opostas. Em Imperatriz não é diferente no campo político partidário e a Câmara Municipal como um espaço de discussão, por se tratar de um parlamento (vem do francês :parler e significa "falar" ou "discursar").

Os posicionamentos diferentes se misturam entre a população e dessa vez o feriado de 7 de setembro – dia da Independência do Brasil, oficializada em 1822 – apoiadores do atual presidente da República e defensores do seu impeachment tomaram as ruas em todos os estados.
Em sessão no Parlamento imperatrizense, usando a Tribuna, os vereadores Carlos Hermes (PCdoB) e Ricardo Seidel (PSD) expuseram os motivos que fazem cada um sustentar discursos totalmente diferentes.
 
Ricardo Seidel
Parabenizou o povo de Imperatriz e do Brasil, que ele considera como patriotas, que não deixaram passar em branco o ato que para ele é democrático, onde saíram milhões às ruas.
 
“Não se viu vandalismo, nem depredação ou pichações. Tinham pessoas de todas as idades, inclusive crianças, levando a bandeira verde e amarela, cantando o hino nacional, fazendo orações e se confraternizando, falando da grandeza do país. É esse patriotismo que precisamos e essa é a esperança que nos dá força de continuar. Nós precisamos resgatar o amor pelo país, pela cidade pelo estado. A população tem todo o direito de ir às ruas, clamar pela liberdade, melhorias, o destravamento do governo. É muito oposição sem nexo. O vírus veio da China, mas parece que foi feito pelo presidente do Brasil, que hoje é o alvo”, disse.
 
Ricardo lembrou que antes do carnaval do ano passado (2020), o presidente alertou sobre o vírus, mas os governos e prefeituras fizeram o carnaval. Não se podia aglomerar, mas na época da campanha fizeram tudo que era proibido. Destacou que o Brasil ultrapassou os EUA em percentual de vacinação e que as vacinas utilizadas no Maranhão são todas federais, mas basta a economia cair um pouco fica um grupo mandando fechar tudo e não quer que aconteça crise. Chile e Argentina estão quebrando, mas não se vê comentário algum sobre isso. Venezuelanos estão comendo lixo.
 
“O Brasil tem que comemorar por ser um país livre, por poder se manifestar e por termos uma bandeira verde amarela, azul e branca. Deus, família e pátria com muita fé, sendo que em muitos países defendidos pela oposição, essas coisas são proibidas”, finalizou.
 
Carlos Hermes
Afirmou que acha ótima a democracia, pois nos proporciona ouvir tudo, mesmo as barbaridades. A análise do parlamentar é de que o presidente aprofundou o seu isolamento tanto diante da sociedade (que passa dos 50%), quanto nas instituições. Criticou a decisão – que não se concretizou – da convocação do Conselho da República, que só pode ser feita em situações extremas, diante da necessidade de estado de defesa, de sítio ou intervenção federal, sendo que nenhum dos membros do Conselho sequer sabiam disso.
 
“37 anos como deputado federal não foram suficientes para ele conhecer a constituição federal. O Conselho é apenas um órgão consultivo e seus anseios ditatoriais não se darão dessa forma, tem que passar pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado), com um trâmite longo.
A bomba virou um track e hoje está tudo do mesmo jeito. O STF não se abalou em absolutamente nada e as estruturas da sociedade democrática do país continuam sólidas.

A bandeira nacional é um patrimônio dos brasileiros e não pode representar ruptura institucional, com violência ou armamento. Devemos seguir é a mensagem de solidariedade humana, misericórdia e amor ao próximo completamente diferente desta logica insana que estão tentando estabelecer no Brasil”, declarou.
 
Hermes deixou a certeza de que irá predominar a vontade popular, o desejo do povo, que não estava representado no dia 7, pois ali só estava a elite do agronegócio, que está feliz com o preço da carne, com 15 milhões de pessoas passando fome, cozinhando à lenha, pois não pode comprar o gás e que ao longo dos governos passados tinham acesso a veículo, a combustível e a melhores condições de vida.
 
“Essa é a realidade onde o povo sofre e a elite aplaude. Aconteceram atos políticos partidários, com antecipação de processo eleitoral, vários crimes contra a constituição federal e quem descumpre leis é criminoso, fora da lei e todos os seus seguidores são iguais nesta lógica insana. Mais de 600 mil pessoas morreram por falta de vacina por culpa do seu negacionismo. A multidão estava comemorando o quê? Lamento muito tudo isso, mas sigamos em frente com a democracia plena e vamos enfrentar esses fascistas todo dia, toda hora e o fascismo não passará!”, encerrou.
 
A democracia é a aceitação geral das regras estabelecidas após as discussões, porém, não elimina a existência das diferenças de pensamento, além da possibilidade de discordar, sempre que necessário. Esta é uma característica da Câmara Municipal de Imperatriz, na luta pela manutenção da democracia, sempre dando espaço às opiniões divergentes.
 

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