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26/06/2021 às 00h00min - Atualizada em 26/06/2021 às 00h00min

​Geladeira e o câncer de estômago

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

 
Notadamente a partir da década de 20 houve um progresso intenso no Brasil com melhora progressiva da qualidade de vida, iniciou-se a aquisição dos aparelhos eletrodomésticos seguindo o que ocorria nas grandes nações industrializadas do mundo.

Começou a população brasileira a adquirir a chamada linha branca onde se destaca a geladeira.

Com isso a partir de 1925 verificou-se uma redução de 75 % na utilização de nitratos, nitritos e principalmente sal na conservação dos alimentos, e uma, consequente redução de 2/3 nas taxas de mortalidade do câncer gástrico.

O conhecimento hoje existente sobre o câncer gástrico sugere ser este uma doença que se inicia cedo na vida do ser humano, na maioria dos casos, provavelmente, a partir do dano causado à mucosa gástrica por uma dieta rica em sal e talvez carboidrato, ou por dieta rica em nitratos e nitritos, já que esta neoplasia incide mais em populações que tradicionalmente utilizam alimentos defumados, conservam alimentos com sal ou em forma de “pickles”, ou que utilizam alimentos provenientes de solos natural ou artificialmente ricos em nitritos ou nitratos.

Observa-se que atualmente no Brasil existem mais televisões do que geladeiras, sendo superior em quase 10 % em relação as geladeiras, isto em um país de clima tropical e que tem mais da metade da população vivendo em regiões onde a temperatura média anual gira em torno de 28°C (vinte e oito graus centígrados). De maneira simplista isso se explica porque um televisor basta adquirir e instalar, já a geladeira necessita de um orçamento maior para suprir e renovar periodicamente seu conteúdo.

Temos no Pará um exemplo da importância deste eletrodoméstico que está atualmente presente na maioria dos lares brasileiros.

Estudos epidemiológicos através de levantamentos mostraram a alta incidência desta doença no Pará quando a alimentação predominante eram o peixe seco com sal e a carne de charque salgada, principalmente no interior, e o baixo consumo de vegetais e hortaliças.

A mudança gradativa da alimentação pela queda do consumo de sal, nitritos e nitrosaminas possibilitado pelas geladeiras vem, a partir da década de 50/60 diminuindo gradativamente a incidência dessa patologia, bem como melhores hábitos higiênicos com queda da incidência do h. pylori.

Portanto, além de nos proporcionar o prazer de alimentos saudáveis, bebidas frescas, frutas conservadas, nessa pandemia, que transformou o mundo em um pandemônio, as geladeiras conservam vacinas e testes biológicos ! essenciais para nossa vitória contra esse flagelo da atualidade o SARS COV 2. As geladeiras são uma maneira eficaz de prover a redução e na prevenção de neoplasias do estômago e de outros sítios do aparelho digestivo, como o intestino grosso.

A aquisição de geladeiras pode ser um programa  extensamente bancado pelo governo principalmente nos rincões desse nosso Brasil.

Constitui, além de bem estar, um eletrodoméstico de importância, não notada e sabida, por muitos, na melhora de nossa qualidade de vida com o consequente aumento da expectativa de vida.
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