Era maio de 1973 quando cheguei por aqui – faz pouco mais de 47 anos. Circulando volta e meia pela redação de
O PROGRESSO, já na era Doutor Sergio Godinho, foi quando ali conheci um rapaz que se chamava TOINHO. Toinho Rodrigues. Já naquela época ou pouco depois, Toinho foi estudar Odontologia em Belém-Pará. Por vezes escrevia pequenos textos em
O PROGRESSO ou de suas conversas inspirava a JURIVÊ de Macedo em alguns tópicos na sua coluna COMENTANDO OS FATOS. Lembro-me até que por conta de uma publicação ele venceu um certame em sua Faculdade.
Quando Doutor TOINHO voltou formado em Odontologia, logo foi servir no Quartel local do 50º BIS, na patente de oficial-tenente temporário, onde ficou por algum tempo, retornando depois à vida civil e a exercer a profissão de odontólogo, cujo consultório montou em uma dependência da casa dos seus pais, na Rua Coronel Manoel Bandeira – local que prestou-se por todo o tempo à sua vida profissional. Em seu consultório havia um ostensivo postal em que o Doutor Toinho envergava um vistoso uniforme de gala, em que trajava suas insígnias militares, em visível demonstração de honra ao mérito em sua farda e brios militares. Vi isso como seu cliente.
Doutor Toinho era e sempre foi uma pessoa amistosa, acessível, simpático, simples, cordial. Por conta de tudo isso sempre tivemos boas tratativas. Certo dia, numa evasiva e amistosa conversa entre nós, não sei como nem de onde, surgiu de TOINHO a palavra “ATUCANADO,” que ali ele indicava no sentido de dizer: Corrediço, apressado, afobado, apoquentado. Não era nenhum apelido, nem expressão pejorativa, mas quando nos encontrávamos, surgia sempre a palavra ATUCANADO. Fosse daqui pra lá; fosse de lá pra cá.
Sábado passado, ao abrir as páginas de
O PROGRESSO, vejo por fotografia e texto que a esposa do Dr. Toinho – Toinho Dentista- recebia significativa honraria da ABO – Associação Brasileira de Odontologia, coordenação local/regional. E só então fiquei sabendo que o Dr. Toinho havia falecido em setembro último, vítima da COVID-19. E então fiquei PERPLEXO! Desolado! E então senti-me como numa CRISE EXISTENCIAL, ao me perguntar sobre A VIDA. E os intrincados escaninhos e labirintos da vida.
Nesse estado de PERPLEXIDADE, lembrei-me de uma antiga e real e chorosa canção – FOGO NO PARANÁ - composta por João do Vale, por ele cantada e também interpretada pela estrela de Primeira Grandeza LUIZ GONZAGA, que aqui sob manto da “máxima data vênia” permito-me a este texto: CADÊ TOINHO - para reproduzir em parte os seus versos, à perplexidade de que fui e me sinto envolvido ao tomar conhecimento da prematura partida para o infinito, do AMIGO Toinho Rodrigues ou... Dr. Toinho Dentista, fato pelo qual estendo as minhas CONDOLÊNCIAS untada do meu pranto a todos os seus familiares, colegas e amigos, com o meu preito de saudade, estima e distinta consideração.
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A propósito da minha crônica PÁGINA DE SAUDADE, há mais de treze (13) anos no Programa CLUBE DA SAUDADE, este há 32 anos ano ar, Rádio Mirante/AM, domingos, em cadeia com mais de trinta (30) emissoras em todo o Estado, juntos, ouçamos parte da canção que grita o silêncio que faz a AUSÊNCIA DE TOINHO RODRIGUES (Doutor Toinho) – Toinho sempre...
José Paraíba / Seu Zé das Crianças / Foi pro Paraná / Cheio de esperanças / Levou a mulher/ E seis barrigudinhos / Pedro, Juca e Mané / Severino, Zefa e Toínho / ... ... ... ... ... / Aquele fogo, maldito / Que o Paraná quase engole / José lutava com ele / Acompanhado da prole / Vosmicê fique sabendo / Que José nunca foi mole /// Depois de tudo perdido / Chegando no seu ranchinho/ Foi conferir os meninos / Tava faltando Toínho/ Voltou em cima do rastro / Gritando pelo caminho / Cadê Toinho / Responde Toiiinho / Vem cá Toiiiinho / Escute Toinho/Cadê Toiiiiiiinho...
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