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21/11/2020 às 00h00min - Atualizada em 21/11/2020 às 00h00min

Coluna do Illya

ILLYA NATHASJE

ILLYA NATHASJE

ILLYA Ulianov Buby NATHASJE é publicitário e Diretor Comercial de O PROGRESSO.

Respeitar, é preciso
Encerradas as eleições em Imperatriz, circula por aí um texto questionando seu resultado. Significa dizer: a escolha do eleitor. Sob o título: Vitória do Sarneyismo, Derrota da Cidade – Imperatriz perdeu para a irresponsabilidade e a vaidade é um artigo bem escrito, muito articulado em suas palavras, porém, inócuo em seu conteúdo. Na minha opinião, seu autor repudia personagens que não ficaram pelo caminho, na entrega voluntária para que um outro candidato conquistasse aquilo que o eleitor tem de mais precioso, o voto.

Em seu começo, ele diz que mais de 130 mil eleitores foram às urnas e quase 100 mil disseram não ao gestor, Assis Ramos, ora reeleito. 73,96 por cento, cita, com precisão. Mais à frente, ao lembrar que Madeira teve 21 mil votos, destaca ter esse “maior capital político, mais serviço prestado na cidade, mais experiência, mais bagagem política, mais articulação tanto a nível estadual quanto federal”. A esses dois – Assis e Madeira – ele nomeia, protagonistas.

Pois bem, a conta que encontra os 100 mil eleitores que disseram não a Assis, é a mesma que o autor não fez, para encontrar os 112 mil eleitores que também disseram não a Madeira. De resto, de nada valeu os ‘aforismos’: “(...) maior capital político, mais serviço prestado na cidade, mais experiência, mais bagagem política, mais articulação tanto a nível estadual quanto federal” Inclusa, aqui a ressalva de que mais articulação a nível estadual é desvario de quem não pratica o cotidiano da nossa política. Madeira (de quem continuo amigo) que me perdoe. Na linha do perco o amigo, mas não perco a piada, a nível de articulação estadual, nesse momento de governo Flávio Dino e sua maioria de deputados, é um pau oco.

Vamos à frente. Chamar o Ildon Marques de irresponsável por conta de uma pendenga jurídica, isso sim, é falta de respeito ao direito de outrem. Naquele momento, e ainda agora, houvesse eleições, o candidato estava e estaria apto. Democrática e legítima sua luta em ser candidato. É na Justiça e não no achismo, que se busca soluções para o que não está resolvido. Estender o sub judice a busca do direito, a reparação do que se entende como injustiça “como demonstração de desamor, falta de interesse pela cidade, de desrespeito pelo eleitorado e pelo próprio processo democrático” é o caso do dito popular, ironicamente, entrelaçado na Justiça: “cada cabeça, uma sentença”, ou ainda em nosso meio, “papel aceita tudo!” - Se tiver caneta azul, então.

Enfim, falar de vaidade em lugar de direito de ser candidato, para classificar as candidaturas de Mariana Carvalho, Daniel Fiim e o pastor Daniel Vieira simplesmente porque eles não tinham chance de eleição? Esses fizeram a escolha certa em ser candidatos majoritários, dois deles (Mariana e Daniel), inclusive, foram cortejados até a última hora para a disputa como vice. Afirmar que eles prejudicaram o pleito, por suas candidaturas, hipoteticamente, retirar votos que poderiam ser de outro candidato. Poder, poderia. Mas de qual candidato? Falar em “ganância e vaidade de três novatos que têm projeto pessoal de poder” é desconhecer que o novato de hoje será o veterano do amanhã. Madeira, a exemplo, se situa em ambos os casos. Melhor, nos três: Projeto pessoal de poder? Qual candidato não tem?

Repelir outros candidatos para beneficiar um, é um desrespeito a regra vigente. Essa é uma conclusão absoluta, nesses tempos de Covid-19, tipo chinesa, onde governantes não são contrariados. Isso, sim, merece repúdio. De qualquer forma, resta a esperança: o amanhã é sempre outro dia, e em busca da certeza de uma vitória é melhor ser marqueteiro na República Popular da Coreia Norte governada por Kim Jong-un.

Diante do resultado são dispensáveis as afirmações de que a campanha “mobilizou”, “envolveu”, “das propostas inovadoras abrangendo todos os segmentos e interesses da sociedade”. Não são verdadeiras. É preciso cair na real. O povo não aprovou! Tanto que não votou. Assis Ramos foi eleito por apenas 1/4 dos votos, é verdade. Porém, já vimos esse filme antes, quando a trupe de Jomar Fernandes exibiu o mesmo argumento. Não custa lembrar que mais que isso, mais que 1/4 dos eleitores, não quiseram votar em nenhum dos outros candidatos.

Para finalizar, mais que a escolha entre o menos pior e o melhor candidato, entre uns e outros argumentos, entre tantos, a seu modo, o eleitor escolheu quem melhor soube lhe convencer.
 
Em tempos mais antigos, na quarta-feira de cinzas era comum dezenas de pessoas se amontoarem em frente à delegacia de polícia para ver a formação do Bloco “O que eu vou dizer lá em casa?”, uma referência ao folião que por um motivo qualquer, transgrediu, foi preso e solto somente depois que acabava o carnaval. Verdadeira farra. Era uma tremenda gozação. O bullying ainda não havia sido classificado como tal.

- Agora, os tempos são outros, é o tempo do advento das redes sociais. A preocupação não é mais uma justificativa, mas a busca por culpados. No entanto, a segunda-feira seguinte ao domingo das eleições, tem o valor da quarta. No lugar das cinzas, o mimimi dos derrotados.
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