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15/03/2023 às 00h00min - Atualizada em 15/03/2023 às 00h00min

Coluna do Lima Rodrigues

Mercado da carne

Daniel Freire: ‘’O Pará precisa buscar bons mercados para o excedente de 400 mil toneladas de carne que o estado produz a mais”
Em uma das mais importantes palestras da 1ª Rodada da Agenda ESG do Agronegócio Paraense – Investimento e Mercado, realizada dia 9 de março em Xinguara, no sul do Pará, o presidente do Sindicarne-PA, Daniel Freire, revelou um dado importante às autoridades e produtores rurais presentes ao evento: “Temos um excedente de 300 a 400 mil toneladas de carne bovina no estado. Produzimos 700 mil toneladas, consumimos algo em torno de 200 mil toneladas e exportarmos 100 mil toneladas. O objetivo é buscar clientes que remunerem melhor que o concorrido mercado nacional. O alvo é habilitar o estado para vender carne para Europa, USA, Japão, Coreia, etc… além de aumentar a produção para a China”, destacou.
Ele lembrou que o Pará enfrenta concorrência no próprio país e citou os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. “Nós temos concorrentes no Brasil, com exceção de São Paulo, que consome mais carne do que produz. A maioria dos outros estados tem superávit de produção como o Pará”, afirmou, ressaltando que o Pará enfrenta desvantagens nessa concorrência interna para acessar os mercados do sudeste por ter um custo maior de produção industrial. “Um exemplo é o custo logístico que chega a custar a mais em torno de R$25,00 / arroba”, detalhou o presidente do Sindicarne-PA.

 

Mercado brasileiro

Daniel citou que o nosso maior desafio é demonstrar ao mundo e ao próprio mercado brasileiro que a carne paraense tem origem e garantias socioambientais. “O Pará é o único estado que tem sua produção de carne auditada e os dados disponibilizados e publicados no site do MPF (Ministério Público Federal). Só conseguimos isso pois o estado é o único que tem transparência de dados. 100% dos GTAs são vinculados aos CAR das propriedades. Contamos também com a ferramenta Selo-Verde da SEMAS que possibilitará a consulta, monitoramento e reinserção das propriedades ao comércio de seus produtos”, disse ele. E acrescentou: “Tudo isso vem ao encontro das exigências do consumidor moderno. A carne que entregamos para as grandes redes de varejo nacional já vão com todo detalhamento de origem e garantias que ela não vem de áreas com problemas socioambientais”.
Daniel Freire ressaltou que todo esse esforço que o estado está fazendo será vital para abrir o mercado da carne paraense para países europeus, USA, Japão e outros que, além de valorizar, já tem legislações aprovadas ou em andamento que restringirão a importação de produtos que tem origem em áreas que houve desmatamento ou trabalho escravo.
Para Daniel Freire, “o tema ESG (Governança Sócio Ambiental) é o caminho sem volta e temos como exemplo a rede de restaurantes MacDonalds, que não compra carne do bioma amazônico”.
O presidente do Sindicarne-Pará, Daniel Freire, concluiu dizendo qual a saída para o mercado da carne paraense. “O nosso dever de casa é compilar tudo o que já foi feito, ajustar de forma auditável e com a ajuda de nossas autoridades, vender essa carne com garantia de ESG para os mais ricos mercados do mundo, trazendo renda e movimentando a economia dos 144 municípios que a pecuária se faz presente”.

 

Palestrantes ilustres participam da
Agenda ESG do Agronegócio em Xinguara

Os mais renomados palestrantes do agronegócio fizeram palestras na quinta-feira (9) na 1ª Agenda ESG do Agronegócio Paraense – Investimento e Mercado em Xinguara, no sul do Pará, conhecida como a Capital do Boi Gordo ou Capital da Carne Bovina. A realização foi da Aliança Paraense pela Carne e do Instituto Fórum do Futuro, com o apoio do governo do Estado do Pará, da Associação dos Criadores do Pará (Acripará), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), entre outras entidades e empresas ligadas ao agronegócio.
A abertura foi feita pelo advogado e pecuarista Joel Lobato, presidente do Sindicato Rural de Xinguara, e por Francisco Victer, Coordenador da Aliança Paraense pela Carne. Eles agradeceram a presença de todos e o apoio do governo do Pará, da Faepa, da Fiepa e de outras entidades para a realização do evento.
Em seguida falou Márcio Miranda e Fernando Barros, Diretores do Instituto Fórum do Futuro.
Depois, houve o cumprimento do Manifesto de Marabá e Apresentação da Campanha Contra o Desmatamento Ilegal com Camila Quagliato Criveli, Pecuarista.
Em seguida, o secretário-adjunto de Meio Ambiente do do Pará, Raul Protázio, falou sobre Implementação da Nova Plataforma de Integridade do Produto Agropecuário Paraense (Selo Verde), Plataforma de Restauração Florestal (SIRFLOR), Rastreabilidade Bovina.
Na sequência falou a supervisora do Programa Escritórios Verdes da JBS, Lorena Geyer.
O tema Atração de Investimentos e Conquista de Mercados foi abordado pela Bruna Paulinelli, Export Manager do Frigorífico Rio Maria; Daniel Freire, diretor da Mercúrio Alimentos e presidente do Sindicarne – PA e Volnei Durli, da Durli Couros.
Giovana Araújo, sócia-líder de Agronegócio da KPMG no Brasil, falou sobre Fundamentos e Metodologia de uma Jornada ESG.
Rafael Zavala, representante no Brasil da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, abordou o tema “Agenda ESG para a Segurança Alimentar do Planeta”.
Produção Sustentável e Inclusiva de Alimentos na Amazônia: Uma Visão do Banco Mundial, foi o tema da palestra de Leonardo Bichara Rocha, economista Sênior do Banco Mundial;
Inclusão Tecnológica como Solução Produção Agropecuária com Preservação Ambiental da Amazônia foi abordado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, Coordenador do Centro de Agronegócio FGV EESP.
Após o almoço o presidente da Faepa, Carlos Xavier, sobre as ações da Federação para fortalecer a produção de carne no Pará. Houve ainda pronunciamentos de lideranças de entidades empresariais, instituições financeiras e do presidente da Acripará, Maurício Fraga Filho.
Em seguida, já com a presença do governador do Pará, Helder Barbalho, houve palestra do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. Ele fez um panorama da força da agropecuária no Pará e no Brasil e destacou a força da pecuária paraense.
Houve ainda saudação do prefeito de Xinguara, Dr. Moacir e o pronunciamento do deputado federal Henderson Pinto (MDB), que se colocou à disposição para defender o agronegócio paraense, especialmente o setor da carne, na Câmara Federal.
Em seguida, o governador Helder Barbalho falou aos produtores rurais. Ele afirmou que o Pará tem muito crescer e alertou aos participantes sobre a importância da preservação ambiental e anunciou que os órgãos paraenses precisam se modernizar cada vez na questão ambiental. “O produtor que atua na legalidade, terá total apoio do governo. Aquele que percorre o caminho da ilegalidade no que se refere ao desmatamento, será punido na forma da lei”, declarou Helder Barbalho.
E ao final do dia e início da noite, o coordenador da Aliança Paraense pela Carne, Francisco Victer, autoridades e produtores rurais, a convite do empresário e pecuarista Roberto Paulinelli, fizeram uma visita ao Projeto de Integração e Intensificação da Pecuária na Chácara Umary e Confinamento JP, situado na margem da Rodovia BR 155, km 89, a 17 km de Xinguara e 3 km de Rio de Maria. As explicações sobre o confinamento foram repassadas aos visitantes pelo consultor do Grupo Rio Maria, Washington Mesquita.
Ao final da Agenda ESG do Agronegócio todos concordaram que “é perfeitamente inteligente, necessário e possível conciliar a preservação do meio ambiente com desenvolvimento socioeconômico da Amazônia brasileira, ainda mais quando sabemos do elevado potencial da região de contribuir para segurança alimentar e ambiental do Planeta, mas que precisa, prioritariamente, garantir condições de vida digna para as pessoas que nela habitam”.
Os coordenadores do evento e pecuaristas também concordam que, “com inclusão tecnológica, social e econômica, sobretudo dos pequenos e médios produtores rurais, mas também, dos de grande porte, tem-se a capacidade de aumentar significativamente a produção agropecuária, com o uso inteligente e ambientalmente seguro de seus inigualáveis recursos naturais”.
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