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18/02/2023 às 00h00min - Atualizada em 18/02/2023 às 00h00min

DIA DE ELEIÇÃO

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

 
Fazia um dia bonito! Na entidade de empalitozados e engravatados era dia de eleição da diretoria do órgão. O ambiente era de uma zuadeira dos diabos. Aliás, que em reuniões de empalitozados assim tem mais “zueira” do que em reunião de açougueiros.

Dois deles se cruzam por acaso. Ambos, porém, mantém-se dentro do armário, mas só com a porta entreaberta e recostada. Um deles dirige-se ao outro. “E aí, muito bofe na área?”. O outro, dando coice ao vento, retrucou em reprovação: “Tais pensando o quê? Isto aqui não é bagunçado.” Vixe! Sai de perto que encrenca de bicha pega fogo, fácil!!!

FALANDO NISSO
Naquele programa de fofoca na TV, a estrela do momento era Clovis Bornay, famoso carnavalesco de priscas eras; famoso também por sua fala arrastada e seus sotaques indiscutivelmente “gueys”, cheio de si por conta de suas firulas carnavalescas. E só agora (tardiamente), vejo que SEU PERU, da Escolinha de Chico Anysio, era uma paródia ao “calejado” Bornay.

Na entrevista, um repórter lhe asseverou uma verdade, seguida de uma pergunta: “Clovis eu sou “guey”, e você também é? Ah, prá quê? Bornay enfureceu-se e deu um coice na própria sombra com sua voz arrastada: “Você é muito curioso. Essa pergunta eu não vou te responder”. Precisava?

AGNALDO TIMÓTEO:
Agnaldo Timóteo, que se celebrizou seja pela sua voz, sua língua solta, seu repertório sempre com suas “dores sentidas” – que só mais tarde, revelaram sua sexualidade. Num programa de TV, um repórter asseverou: Timóteo, eu sou
“guey” e você também é. E Timóteo, rápido.  Não, não, não, não, não, não, não... Melhor Timóteo tivesse dito nada...

MANGUEIRÃO
Aquele velho lugar da alta prostituição local – macharada, mulherada, bebedeira, até parece que naquilo rola/va uma velha maldição. Acabaram-se os cabarés na beira do coração da cidade, mas... até parece que o lugar não “descarnou”. Daquilo ali, escorrem sujeiras, esgotos e chão em graxa e óleo queimado, oficinas mecânicas de velharias e outros tantos desarranjos do gênero. Uma Igreja bem-intencionada, - qual uma Ana Neri posta à prova de fogo – ali se estabeleceu. Vejamos os dias futuros.

No velho Mangueirão – pistoleiros, grileiros, desordeiros e até “o homem da onça do Itinga” (te lembras?), todos tiveram a sua hora e a sua vez. E o que dizer da mulherada que por ali habitava?! Delas que se tornaram célebres, famosas e... donas da situação. Rolava também no meio que elas bebiam “doses” de chá mate, mas o rufião, de olho na cama, pagava UÍSQUE.  Hei tempão!

FALANDO NISSO
E a Farra Velha? A Farra Velha também viveu os seus intensos dias (e noites) de tudo enquanto. A Farra Velha tinha seus e suas personagens. Bastava o nome e eu já ficava apavorado. Lá havia um bar com muita bebida, mulheres e quarto de mulheres e música em radiola e disco de vinil nas atura, tocado por marido e mulher. Falou que era O PEDREIRENSE – sai debaixo!!!

QUASE CHORANDO...
Aquela jovem mulher, bem desenhada, disposta, exposta e proposta era uma tremenda gata vivente das noites no cabaré dançante da velha Imperosa. Foi lá, entre uma e outra dança e uma e outra cerveja gelada que conheceu o ODL, um goiano que se metia a corretor de fazendas e dublê de grileiro e sei lá o quê. Ele, “estiloso”, que tinha um bigodão e usava uma “piteira” para fumar. ODL segurou a gata e segurou “de com força”, como se dizia. Um dia, porém, ODL, capou o gato e... se mandou de volta para o seu velho Goiás, de onde havia saído e onde tinha família.

E quando perguntavam pelo ODL para aquela gata bem desenhada, ela respondia serenamente: “Foi o homem mais importante da minha vida. É uma saudade para o resto da vida. Me deu um lindo presente (e mostrava uma filha lindíssima, então aos doze anos, que já se propunha a seguir o roteiro da mãe). Me deu também esta casa, onde moramos as duas. É uma saudade de que não posso esquecer. Valeu! Só valeu!!! Dizia a diva, quase chorando...

OPINIÃO:
Você passa a vida trabalhando... trabalhando.... trabalhando. Aí, quando o coração pifa e você vai para debaixo de sete palmos, com direito a velório nas dependências da Igreja ou ainda que no salão nobre da “entidade” aí vêm outro/s que nunca deram sequer um prego numa barra de sabão, assenhoreiam-se, usufruem e gozam da montanha que o sujeito (você) deixou. Daí há pouco a riqueza deixada cria asas, evapora e... voa. E a você, o falecido, quando muitos referem-se como um “finado”. Tô certo ou quer que eu desenhe?

* Viegas interpreta e questiona o social.
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