18/02/2023 às 00h00min - Atualizada em 18/02/2023 às 00h00min
CARNIS LEVALE - RETIRAR A CARNE...
Época propicia para se falar da antiga língua do velho “latim”, vinda da região do Lácio e alcançando até a cidade de Roma, para dar contexto à origem desta festa cognominada de Carnaval.
Que se apresenta de modo oportuno e em momento designado no Brasil com maior intensidade folclórica.
RETIRAR A CARNE...
(...) Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e ao controle dos prazeres da vida mundana.
Deveria!!!
Senão à subversão da ordem, da satisfação, do desejo, da lubricidade e aspiração, tornando-se pura insubordinação do deleite.
Como no Brasil nada se cria e simplesmente parodia imitando gestos e modos.
Essa folia é oriunda do povo português, pela qual, dava-se o nome de entrudo, quando reprimido nas ruas, a elite do império criava os bailes de carnaval em clubes, nesta celebração não havia música, ao contrário...
Os brincantes levavam uns aos outros farinha, baldes de água, limões de cheiro, luvas cheias de areia etc.
Era assim, que acontecia três dias antes da quaresma.
Já no século XX, os compositores de posse da essência para contemplar e disseminar sua criatividade – veio o samba – irmanando-se com a montagem das escolas para desfilarem através de suas ligas e com os registros de seus respectivos sambas enredos.
Hoje o carnaval brasileiro faz parte como portifólio cultural em todos os rincões da pátria amada Brasil e com mais ênfase no Rio de Janeiro e São Paulo.
No calendário dos tupiniquins, margeia como ponto facultativo e feriado nacional. Transformando, assim, que o carnaval no Brasil, atualmente, é um produto turístico entre o cultural e o econômico.
É uma festividade considerada como “mundana” que não estão de acordo as doutrinas da Igreja. Seja ela de que religião for.
Tempos, passados, as comemorações em clubes sociais da cidade sentiam o batimento cardíaco de certos foliões de 180 por minuto, numa sensação de estar voando.
Quando o divertido ensopava seu lenço muitas vezes já puído para o uso de lança-perfume, importado da Argentina, contrabandeado e muito procurado naquele período momesco.
Vez por outra se deparava com a fumaça da cannabis sativa puxado pelo cachimbo feito de coco tucum. Entrava na folia e se babava de tanta alegria... e momentaneamente, ficava rico.
Com a escassez desses produtos, passaram a fabricar o loló, preparado com clorofórmio e éter… tinha nego que saia de lá do clube anestesiado...
Como aconteceu com uma ninfeta e com ciúme de seu príncipe deu-lhe uma mordida na sua orelha arrancando um pedaço e nada dele sentir... só depois do efeito do inalante...
Poxa, perdi minha orelha!
E quando tinha o baile de máscaras!?... em que os homens brigavam com suas mulheres para sair de casa! Só que elas, também, entravam na folia... como dizia: vai me pagar com a mesma moeda.
Certo que um desse estrategista (mascarado) deparou-se com columbina (mascarada), todos dois cheios da mutamba; começaram flertar-se com amassos aqui e outro acolá; até que a convidou para o matadouro...
Entrando no carro com suas máscaras até ao motel; aí foram tirar as benditas esconde caras! Olha só quem ele pegou... sua própria mulher!!!
Resultado: Deu fórum...desquite...ainda, disse ela: besta cabra! … tu tiveste foi sorte eu não ter sido abarcada por outro mascarado de lobo mal!...
O que é o destino!? Mas, aqui ninguém é de ninguém...
Falou Machado de Assis...
“A vida é uma lousa em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito”.
Do outro lado do cenário vem o contraditório do modo de vida de quem só pensa em se divertir e usufruir do ritual que prioriza o excesso de euforia, mundanidade.
- Unidos em oração durante os dias de carnaval... contemplam os santuários religiosos.
É uma boa enxertadura de folia com a experiência do bem-estar com a conexão espiritual.
Viva o Zé Pereira de 1850!!!
