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24/12/2022 às 00h00min - Atualizada em 24/12/2022 às 00h00min

TINHA UM HIPPIE NA TURMA?

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

   
No ano de 1868 / 69, éramos em 60 alunos, na Turma de Direito. Aulas difíceis, pesadas, tais como ECONOMIA POLÍTICA, TEORIA GERAL DO DIREITO, DIREITO FINANCEIRO e outras. Por conta disso, durante tais aulas, a turma e o ambiente eram tensos. O Hamilton era um bom rapaz, na dele como sempre. Não era de “papo” com ninguém. Ele usava uma bolsa de couro, tipo “alforje”, pendurada ao ombro que batia ao lado do joelho. Nisso, parecia um “hippie”. Enquanto a turma se descabelava com as aulas pesadas, difíceis - o HAMILTON, deixava a turma e ficava andarilhando pelo corredor, ao lado da sala, para lá e paca cá. Para cá e para lá - como se estivesse falando sozinho ou... ruminando, sei lá o quê.  E a turma sem dizer nada, só pensando: “Esse cara é doido”. E Hamilton nem aí, nem para as aulas difíceis, nem para ninguém, nem para mais nada.

O REMÉDIO
Aquele evangélico não é de contar lorota, mas... ninguém é de ferro, sabes como é, né?  Então, ele, desajeitado, contava que “no bar, os caras contavam das suas vantagens. Tinha gente que dava duas, outros davam três e outro que dava até quatro numa noite. Havia uma figura que estava no ambiente, calado, na dele. E aí você? Alguém lhe perguntou. Eu vou ali naquela árvore, depois da borracharia, perto da oficina e pego três ou quatro folhas. E faço um chá. E aí o pau quebra”. Logo logo, uns pagaram a conta e outros até deixaram o bar com a dívida pendurada. No dia seguinte a pobre árvore amanheceu pelada, sem uma única folha. Moral da estória: “Em matéria de sexo, cada um conta como quer, mas... a realidade é outra”.

NO SENADINHO:
Todas as noites, ainda cedo da noite na capital, na Praça central, no entorno daquele tradicional banco, reunia-se o SENADINHO. Feito ali de provectos senhores: empresários, executivos do serviço público, jornalistas, magistrados, intelectuais e outros mais. O assunto ali era um só:  A POLÍTICA. O Senadinho tinha espaço e prestígio e referências até nas colunas dos jornais e nas rodas do social.
Quando dava sete da noite, o clima ia esquentando e chegando gente mais e mais. Era quando chegava o VATÉ. Vaté era um pinheirense, “enfermeiro” (quer dizer: prático de enfermagem, das antigas). Um tipo “cabralhão”. Já chegava contando uma piada. De BICHA, como sempre. E fazia gestos. E fazia esgaios. E tirava uma onda de zombeteiro e de machão, corpulento que era. No fundo e no raso, porém, um tipo “me engana que eu gosto”. E assim vivia o SENADINHO, ao “comando” do seu eterno “Presidente”, assim intitulado pela imprensa. Sempre! Em que tinha uma bicha que contava piada de bicha, mas fazia de conta que não era bicha.

COMPADRE & COMPADRE
(vida real)
Mão de Anjo era um aquinhoado roceiro que adquiriu umas terras em lugar distante de sua base de origem. Ao tomar posse dos seus domínios, entrou em conflito com um vizinho acostumado aos aproveitamentos e acessos fáceis ao local. E daí a divergência que sem mais demora resultou em assassinato do antigo morador. Por conta do crime Mão de Anjo foi condenado à prisão. E, na ressocialização, anos mais tarde, tornou-se um evangélico. Andava com a Bíblia debaixo do braço.
Certo dia ao encontrar-se com um velho conhecido a quem chamava de compadre e este com um facão à cintura, Mão de Anjo o censurou: ”Compadre largue essa arma. A arma do homem é esta aqui”. E Brandiu a Bíblia à mão. O compadre então perguntou a Mão de Anjo: “Compadre, foi com essa arma que você matou o homem lá nas terras de Abel?” Pronto! O compadrio acabou. Moral da estória: quem diz o que quer, ouve o que não quer.

OPINIÃO:
Estava escrito na Constituição de 1967: “Todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido”. Aí deram uma alterada e na de 1988 e escreveram: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
O Brasil é um “país de fazedores de leis. “Gostam de fazer leis. Melhor que não tivessem mexido na Constituição. Deixado como estava. A gente aproveita agora para ver o desastre entre a vã filosofia e a realidade. E então me lembro do índio que perguntou: “Cadê o dinheiro? “Pergunto eu agora: Cadê os representantes do povo. Com o rabo entre as pernas. É como dizem por aí. E é aí que rola um tal de “rabo preso” e um tal de “rabo solto. “Pena (pena?), que o Roberto Jefferson, dono do PTB – um cara que nunca fui com a sua cara - esteja  preso.
  • Viegas interpreta e questiona o social
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