O Doutor NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro Regional de Medicina e Conselheiro Federal de Medicina representando o Estado do Maranhão
O uso medicinal da maconha é tema que vez por outra volta a ser discutido por médicos, governantes, indústrias e principalmente pacientes.
É um dos assuntos em moda atualmente.
Remédios à base de canabidiol estão em desenvolvimento no país e podem ser importados mediante receita médica e autorização da ANVISA.
Devido à demora para conseguir e o alto preço a discussão principal é a liberação do cultivo industrial para produção no Brasil. Acho que é só ir ao Amarante que irão aprender facilmente.
A Maconha tem diversos (milhares) de substâncias, mas duas se destacam, o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabidiol (THC). Basicamente o CBD é a molécula responsáveis pelos efeitos benéficos e o THC a molécula que causa a dependência química, O CBD não causa dependência.
Os óleos da indústria são liberados com um percentual de até 2 % do THC devido a esse fato.
Este ano foi liberada a comercialização de remédios à base de CBD no Brasil e o cultivo da planta depende de autorizações especiais (no Amarante não).
Como é uma droga com componente psicoativo (o THD) a discussão está entre riscos e benefícios
O CFM emitiu resolução, que foi revogada e agora está em consulta de médicos especialistas para emitir novo documento. A maconha medicinal é usada há mais de cinco mil anos e empresas produziam elixir vendido em lojas; no Brasil vendiam nas Boticas.
Afinal será que teremos dependência usando a maconha medicinal?
Não! A discussão é a utilização de remédios com baixo teor da molécula psicoativa (THC).
Hoje existem várias indicações para o uso do CBD principalmente em epilepsias refratárias em crianças, mas também usam para depressão, para dor, melhora de movimentos Alzheimer, e outras.
Considero que existe exagero em sua utilização atualmente.
A resolução do CFM irá pautar as indicações.
O preço é em torno de US$ 140, no Brasil o Mevatyl para esclerose múltipla custa R$ 2,5 mil. A CONITEC do ministério da saúde não autorizou sua incorporação ao SUS, devendo recorrer à justiça quem desejar conseguir.