24/09/2022 às 00h00min - Atualizada em 24/09/2022 às 00h00min
Amebíase interrompe viagem
Historiando o passado...
Câmara de Vereadores de Imperatriz do ano de 1973. Criou-se uma comissão interna para examinar uma situação educacional no povoado de “Primeiro Cocal”, pelo qual, no olhômetro, fazia divisa com o Estado do Pará.
Região ribeirinha...
Certo que a comissão foi constituída de três vereadores: dois do MDB e um da ARENA; foi o que justamente causou o impedimento dos trabalhos da sindicância antes de chegar mesmo, no local de origem.
Por quê?
A viagem foi feita em barco de seis a doze horas de rio acima/abaixo. Ao aproximar-se da povoação de São Sebastião do Tocantins, o vereador do governo deu uma crise de dor com cólica abdominal; fazendo com que se parasse naquele lugar à procura de atendimento de saúde.
Fomos em busca de um amigo do lugar para nos indicar um farmacêutico e/ou enfermeiro para medicar o edil que estava com mal-estar intestinal.
Com toda boa vontade indicou um farmacêutico tipo paramédico familiar conhecido por “barba de coar problemas”.
Foi até a embarcação olhar o paciente; depois de examiná-lo; deitado na sua “tipoia,” passou-lhe uma dose de três comprimido de “entero-viofórmio” para estancar uma predestinada “diarreia”.
Então, perguntamos ao doutor (“”) se o colega dava para ir até o destino de “Primeiro Cocal” sem correr o risco de crises maiores?... Respondendo: tranquilo!
Um dos vereadores com forte descendência de “índio krikatí”; oposicionista doente; ao ponto de dizer que aquilo no abalado arenista, chama-se de “frescura” ... representante do governo gosta desse tipo de cenário (sic).
Aproveitando da parada para fazer a consulta ao distinto parlamentar; aproveitou e foi ao comércio local; comprou um “pinico esmaltado,” para atender o colega caso a diarreia aumentasse de intensidade.
Pois a embarcação não dispunha de banheiro sanitário.
Prosseguindo a viagem, o companheiro vereador gemendo muito e evacuando intermitentemente. E pedindo que voltasse à cidade de Imperatriz porque não estava aguentando mais aquela situação.
Chegando ao local, muita preocupação com o estado de saúde do companheiro; ao ponto do vereador, desconfiado, de ir até ao “pinico” verificar que tipos de fezes ele estava defecando.
Quando olhou no claro o conteúdo, disse logo: vamos voltar urgentemente que o camarada está desmanchando as tripas com sangue misturado com cocô!
Não teve chá de olho de goiaba que desse jeito. Fizemos meia volta rumo a Imperatriz, porque a situação dele era muita série.
Foi uma volta tormentosa diante dessa crise parasitária; sem querer se alimentar, somente na água de coco que compramos no percurso do itinerário.
Aportamos aqui lá pelas quatro horas da manhã. Coloquemos ele num carro e hospitalizamos na primeira clínica que encontramos – Santa Cecília – o médico já o conhecia, mas, ficou espantado com a debilidade do paciente naquele momento.
Depois dos exames concluídos, o resultado apresentou mais 35 cruzes de ameba na escala laboratorial do material fecal colhido.
Um perigo iminente dos helmintos subirem para o miolo da cabeça desse inesquecível político corroído por essa crise verminose.
E o pior, toda despesa hospitalar ficou por conta do político adoentado. O regimento da câmara não amparava e nem previa situação como esta.
Muito diferente de hoje: bom salário, um gabinete com doze funcionários bem remunerados; auxílio para tudo, inclusive, a famosa emenda impositiva para cada vereador...
E ainda reclamam! Se reúnem três vezes na semana... quando!
É através de nosso pensamento que criamos e desenhamos hipoteticamente a nossa realidade crítica.
Caríssimos! Pense num vexame!
Foi como a caganeira falou para a barriga: Vá na frente buzinando que eu tô sem freio...
E assim mesmo chegamos.
A história.... quem não sabe de onde vem, não sabe para onde vai.
Até a próxima peripécia!