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24/09/2022 às 00h00min - Atualizada em 24/09/2022 às 00h00min

A militância

(e a briga de cachorros grandes)

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.


 
No País da Maravilhas dois cachorros grandes brigavam pelo poder, quer dizer pelo cofre que é a burra do erário. Um terceiro canino que corria pela terceira via era o azarão. Azarão que não tinha na testa o que o periquito roer, vendo a disputa dos cachorros grandes, logo viu que ali estaria o seu criadouro. Não deu outra! E ganhou o erário, o poder.

Azarão achou que era pouco e achou que poderia usar sua mulher como uma carta num outro jogo que veio depois. A mulher do Azarão, qual maridão naquele outro jogo também não tinha na testa o que o periquito roer, mas em compensação tinha maridão com a chave da burra (do erário) nas mãos. Aí a mulher de maridão foi pra Deputada Federal. Tinha até trios elétricos espalhados em muitas províncias do País das Maravilhas.  E ganhou a eleição! O povo não engoliu nunca nem a candidatura e muitos menos a eleição, mas ficou de bico. calado Aí, Azarão montado na burra e pavimentando a manobra, dizia-se aos quatro ventos: “FOI A MILITÂNCIA”.

E o que era mesmo a militância? A militância era uma massa de manobra, uma moeda de troca que valia por um pão com mortadela e uma quota de combustível; algo como 10 litros para motocicleta e vinte litros para carro. Enchia de gente que eram os eleitores, tudo morrendo pela mortadela. Essa era a Militância. Esta que também se caracterizou como um clichê de ESQUERDA, o mesmo que PETRALHA ou parte dela.

Ninguém engoliu essa de Militância. Mas aí vinha a dona senhora, mulher do azarão e dizia aos quatro ventos: “No País das Maravilhas, por aqui, nunca se viveu uma situação como essa: “Tem molusco na presidência, teu Azarão na Intendência (no ente municipal), tem EU como deputada federal. E, herdeira do pedaço, concluía: “Isto aqui nunca esteve às mil maravilhas, como agora”.

O mundo seu só deu umas pequenas voltas, Azarão perdeu a boca e ninguém nem mais fala, nem se lembra dele. E aquela sua mulher que não tinha na testa o que o periquito roer, igual a moeda de troca, agora, também não vale mais nada.

A moeda do pão com mortadela desapareceu. E então cadê a militância? A militância até parece que mudou de lado e foi para A DIREITA e encheu a Esplanada de verde e amarelo. Vejamos, a seguir, as cenas dos próximos capítulos.

 

UTOPIA

Demerval Moreno numa roda de bar, certo dia, faz anos, sugeriu criar por aqui a ALÔ – Associação de Locutores de Imperatriz, que não deu em nada.  Imaginou-se a esse tempo, criar por aqui, como num movimento de protesto, a Academia dos Escritores e Pensadores Independentes, que eram os marginalizados, sem chances da IMORTALIDADE. Uma ideia logo aprovada à unanimidade, por uns poucos gatos pingados.

Figuras da marginalidade por aqui - da poesia, da escrita e da intelectualidade, logo foram lembradas. Em primeiro lugar estava o Aurino Brito – que um tempo andou se propondo em seus artigos no jornal, a ensinar a escrever. Em seguida o Dr. Wagner, um nome de peso, sem chances por onde andou, para compor o sodalício. Lembrou-se o nome de Raimundo Cabeludo que foi para a Academia da Imortalidade em João Lisboa e até o Viegas e o Nelson Bandeira estariam pelo meio. Lembrou-se o nome do ELIAS DO BOI, com dignitário e fundador, que resultou em polêmica. Diziam uns que ao falar, “Elias do Boi não conjugava nada com nada”, ao passo que outros sustentavam que foi Elias do Boi quem aqui deu vida ao boi e fez das noites de junho uma solitária e perdida e desavisada atração, folclore e cultura, na cidade. Era um pioneiro!

Nessa polêmica, o Elias morreu. E até parece que levou consigo os planos de criação da Academia dos Escritores e Pensadores Independentes de Imperatriz – uma nova leva que faria frente à IMORTALIDADE, embora pretendessem deixar claro em seus pergaminhos que na AEPI não haveria essa tal IMORTALIDADE.  Morreu, morreu.  Aí foi outra discussão que até hoje se discute. E o certo é, afinal, que a AEPI, não saiu sequer da cabeça daqueles abilolados.

* Viegas interpreta e questiona o social
 
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