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27/08/2022 às 00h00min - Atualizada em 27/08/2022 às 00h00min

COMO É QUE A MULHER DEVE DEITAR PARA O SEU MARIDO?

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

 
Corria o ano 1990 – faz 32 anos. Por aí assim. Certa manhã fui a Delegacia de Polícia e fui atendido por um velho policial aposentado que ali fazia as vezes de recepcionista ao gabinete do Delegado. Após um breve contato e estando a sós, o velho policial, surrado da idade e da vida, abriu-se comigo e me fez uma inusitada pergunta: “E ENTÃO DOUTOR, COMO É QUE A MULHER DEVE DEITAR PARA O SEU MARIDO?”. Fiquei perdido, sem graça e sem jeito. Não esperava tal pergunta. Então o velho polícia me respondeu na resposta que ele queria ouvir:

“Ora seu doutor, a mulher deve deitar para o seu marido é com uma roupa folgada, solta, com uma camisola. E, taxativo: É ou não é? Logo concordei! E ele continuou: “Mas minha mulher deita é com uma roupa jeans, bem apertada e toda entonada e vira as costas para mim”. E insistiu: E então seu doutor como é que a mulher deve deitar para o seu marido?  E continuou: Eu sempre fui um homem bom, nunca deixei faltar nada em casa e até um irmão dela que teve um problema e estava enrolado com a justiça e a com lei, eu polícia velho, dei um jeito... E nada disso ela agradece. Dizia o velho polícia visivelmente amargurado.

E então pude ali ver um homem insatisfeito e infeliz diante de uma mulher que lhe recusava, lhe desprezava, ou... como dita o direito: “recusava-se ao débito conjugal”.

Tinha eu, na época, 1970, um Programa no Rádio, bom de audiência e nele a Crônica – O DRAMA NOSSO DE CADA DIA. A versão ali, foi um prato cheio na minha crônica que eu narrava o tal fato como ocorrido num ponto perdido do Planeta Terra e quem era um velho policial passava a ser um feirante, um negociante ambulante, por exemplo. Para despistar a audiência. Era assim a crônica O DRAMA NOSSO DE CADA DIA, sempre focada em fatos da vida real, tocando a música que combinava com o texto, à expectativa e aos comentários do grande público que a vinheta dizia que era “um CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA”.

Tantos anos de passaram. Trinta e um anos se passaram. Então eu fui a um velório de um cidadão, do outro lado do Rio, no Estado do Tocantins. Lá fui recebido pela viúva (mulher do falecido), que me dizia que o seu marido morreu levando consigo um desejo: “O desejo de conhecer o Doutor Viegas. E lembrava suas crônicas no rádio e em particular aquela em que o homem perguntava: “COMO É QUE A MULHER DEVE DEITAR PARA O SEU MARIDO?”.

E então não me fiz de rogado e contei em detalhes a versão que o falecido marido em coração e vida, certamente gostaria de ter ouvido, no que tanto ele gostava quando lembrava de uma velha crônica no rádio, aquela que dizia: COMO É QUE A MULHER DEVE DEITAR PARA O SEU MARIDO?

Trinta e dois anos agora se passaram. Então eu nunca mais vi o velho polícia, também a Rádio não é mais a mesma e até virou outra rádio. E a crônica O DRAMA NOSSA DE CADA DIA, tornou-se para mim apenas uma nostálgica PÁGINA VIRADA, mas, ainda assim, como em tudo enfim, uma PÁGINA DE SAUDADE!!!
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Vejamos agora, a letra da canção que compôs o tema COMO É QUE A MULHER DEVE DEITAR PARA O SEU MARIDO?

– Na crônica O DRAMA NOSSO DE CADA DIA:

Música: Cheiro da Maçã, com Leandro e Leonardo: Toda noite é a mesma coisa / Eu procuro e você não quer/ Faz de conta que está dormindo/ Nem parece que é minha mulher///  Tão cansada vira pro lado / E eu na cama sofrendo calado /// Quatro horas da manhã/ Sinto o cheiro da maçã /E o perfume do seu corpo /// Vejo tudo se perdendo / Você fria me esquecendo /Pela cama pouco a pouco /// E bate uma vontade louca /  De beijar sua boca / E matar meus desejos /// Outra noite de castigo/ Sem tocar seu corpo / Sem ganhar seus beijos /// Já começa um novo dia /Minha fantasia / Ficou na saudade ///  Outra vez eu vou sofrer / Sem carinho e sem você/// Outra noite estou perdido / Eu passei batido / E não amei você...
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* Viegas questiona o social
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