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13/08/2022 às 00h00min - Atualizada em 13/08/2022 às 00h00min

URNAS PRENHAS

BANDEIRA NETO

BANDEIRA NETO

Nelson BANDEIRA NETO é cronista e funcionário do SESI-Serviço Social da Indústria, ex-vereador por Imperatriz (MA)

  
1982... Ano de eleição para prefeito e vereador na terrinha do Frei… nada de tecnologia eletrônica..., mas já havia rapinagem de votos.

Abdicamos nomes de concorrentes neste pleito eleitoral para evitar raciocínio errado ou lero-lero.

Um período libidinoso. Eleições Municipais. Por quê? Caracteriza-se o excesso de obsessão (fig.) nas relações com o embuchamento de urnas no cio do quero-quero ser... eleito...

Campanha em que ratos usavam “bigodes” para enxergar no escuro o conteúdo dos votantes e para quem votou.

Naqueles idos as famosas urnas eram de lonas embrulhadas com papel pardo escuro depois da eleição finalizada.

Como eleição não personificava resultado do felizardo por antecipação de quem é quem antes de abrir. Somente juiz e mesários contavam votos expresso sufragado pelo eleitor.

Daqueles inesquecíveis tempos...

Naquela eleição tinha dois partidos [ARENA e MDB] e outras sublegendas. Três candidaturas majoritárias concorriam, aliados, por uma enxurrada de candidatos a vereador.

Certo que, o candidato do MDB, naquela eleição. dava de chicote em votos apurados e nos outros dois candidatos competidores.
Com diz o bordão popular: “cabeça de juiz e em bunda de neném, nunca sabe do jeito que vai sair”.

Todas essas maracutaias (violação do receptáculo) aconteciam com mais frequência nas urnas do interior do município, guarnecida por um policial e cabras eleitorais de partidos políticos. 

Ainda tinha um detalhe: só o oficial de justiça que recebia e levava a urna para sua excelência o juiz fazer o “apuramento”.

O saudoso Juçara Clube foi determinado pela justiça para ser o QG de conferência dos votos.

O mais bizarro de tudo. Que o voto de papel era depositado num malote e fechado no final com um cadeado. Depois, enrolado num papel de cor “pardo” puxado para bem escuro.

Só que apareceu, também, um papel pardo amarelado, diferenciando da cor normal como sempre foi.

Esta outra cor “amarelada” tinha mais de 50 urnas envolto com essa anomalia de tonalidade.

Quem fosse eleito tiraria um mandato de seis anos, acontecendo, também, com a câmara de vereadores.

Fato que houve um personagem escolhido a ponta de dedo para fazer a adulteração das urnas em benefício do candidato da ARENA.

Declina-se o nome para evitar fuxico. Mas esse figurante gostava de um café da manhã que tivesse na mesa: “bolo de fubá; pão de queijo e goiabada cascão”.

O dito cujo tinha o perfil alto, corpo desengonçado, por sinal, foi eleito vereador. Com aquele jeitão e traços de um “soco boi” garimpando na beira da lagoa.

Apuração iniciada. Urnas de papel escuro, abertas, só dava oposição (MDB)...

O juiz eleitoral adorava um “carteado”, saia da contagem de voto ia para a mesa de baralho. Varando noite adentro.

Teve um dia que sua excelência chegou no local de computação de “bermuda” vestido de paletó. Clima escaldante e ele meio chistoso de sua autoridade.

A colundria da ARENA só tinha nego passado na casca do alho. Davam nó em pingo d’água.

Não deu outra!!...

Quando abriram as urnas de papel cor “amarelada” só deu o nome do candidato da Aliança Renovadora Nacional ...os outros postulantes não foram votados nas urnas interioranas. Plenamente, sui generis!

Resultado um tanto quanto inverossímil! Diante da projeção eleitoral que estava acontecendo com as urnas abertas e cantadas.

Terminada a totalização dos votos vindos da gravidez tópica... quando o voto é substituído na urna. Elegeram o candidato a prefeito que estava desenhado no pleito e da escrutinação fortuitamente prenhas.

Em virtude dos fatos mencionados, o aspirante a prefeito foi diplomado e empossado na data determinada para o exercício do cargo de executivo municipal da cidade, até 1989.

Certo que todos os candidatos foram analisados quanto aos seus predicados, mas depois, embora no tapetão, que se conhece o sujeito...

Por sinal, foi um bom prefeito.

A montagem da trepeça sobre [urna] não caiu do céu, e sim, topetado por aquela sigla partidária para buscar seu objetivo.
O único que não foi convidado para a “festa” foi o eleitor ludibriado.

                                                         Por hoje é só!...

 

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