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30/07/2022 às 00h00min - Atualizada em 30/07/2022 às 00h00min

CADÊ OS PAIS DESSAS CRIANÇAS?

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

  
Dez do dia. Bairro do Bacuri, ali por trás da CIRETRAN, onde é insistente entre outros, o movimento dos carros dirigidos pelos aprendizes de Autoescolas. Ali mais adiante três crianças estão montadas sobre uma bicicleta. A “maiorzinha”, à frente, no guidão, deve ter uns nove ou dez anos. Montados na “garupa”, estão dois outros de menos idade.

É visível a insegurança da menina, querendo dar partida, tendo à frente um movimento contínuo dos carros das Autoescolas e outros. E, atrás, na bicicleta, duas crianças a um peso de uns trinta quilos. As crianças, na garupa, estavam tranquilas, nem aí para o trânsito, para o perigo nem para mais nada. A menina de nove ou dez anos, à frente, essa, sim, manifestava-se insegura, duvidosa, indecisa. E eu ali, observando “o social”. E me perguntando: “Cadê os pais dessas crianças”.

Sigo mais adiante e dobro a rua. Agora eu estou na Rua Euclides da Cunha. Mal atravesso a Simplício Moreira e logo paro. À minha frente um menino que deve ter três anos de idade. Ou... apenas um pouco mais. Ele acabou de sair do trânsito da sua rua.  Ele luta com a sua pequena bicicleta para subir a rampa de uma calçada estreita da sua casa. Com alguma dificuldade consegue subir. E, decidido, estaciona a sua bicicleta, abre a grade de ferro e entra na sua casa, deixando a bicicleta recostada à parede, do lado de fora. E eu ali, novamente me perguntando: “CADÊ os pais dessa criança?

 

E A ARARA? JÁ ERA!

As Freiras do Convento, “certinhas em tudo”, tinham consigo, no alto de uma mangueira uma linda arara que alçava pequenos voos, sempre nas dependências do Convento. Natural, então que elas, as freiras, “certinhas” como são, deveriam saber que... as araras aves da natureza, protegidas por lei e que... indevido será (ou seria) mantê-la em cativeiro, ainda que ao ar livre do Convento. Grave também, parcialmente imolada a ave, sem poder alçar voos da liberdade.

Ocorreu que, em meio a tantas “bobeiras”, a arara também bobeou e... num voo rasante pousou lá... no chão. O cachorro, cria também do Convento, não perdeu tempo, saltou em cima e zapt! A arara já era!!! Culpa de quem? E que ninguém me chame por testemunha. “Não sei, não vi, não tava lá”.

 

“MOÇA NÃO EXISTE”

Dona Senhora tinha três filhas. E queria porque queria que todas se casassem de papel passado. Melhor ainda no padre e no civil. Naquele dia, uma delas estava casando. E, no sítio, na beira-rio, à sombra de mangueiras e outras árvores os comes e bebes rolavam solto. Aí um polícia, já com uma duas no juízo e, como sempre, polícia que se preza, é cheio de razão, tanto que “a mentira de um polícia vale mais do que dez verdades de um cidadão” – que era como se costumava dizer. Então o polícia numa conversa a plenos pulmões soltou uma pérola “Moça? Moça não existe”.

Ah, pra quê?!  Dona senhora ouviu aquilo como um impropério. Quase uma indireta. Uma desfeita em seu próprio terreiro. Logo ela que ainda tinha duas filhas pra casar.  Saiu queimando ruim e vociferando: Dizer que MOÇA NÃO EXISTE?  isso é uma conversa deslavada, sem cabimento. Isso é um boca-suja falando asneira. Gente à toa. E exemplificou: “Taí Betinha (sua filha), moça de papel passado”.

O que Dona Senhora não sabia, é que pouco tempo depois, BETINHA sua filha, apareceu grávida. E o pai da criança? Aquele ilustre senhor que deu guarida à BETINHA em sua casa. Mas o pior estava por vir: Com o nascimento da criança, a esposa do marido-garanhão, meteu bronca pra cima e deu o grito: “Sendo filho do meu marido eu é que vou criar”. Olha a encrenca! Nasceu ali, nada mais nada menos que boa questão judicial. E, no descampado da realidade, era o policial dizendo: ”Esse negócio de moça não existe”. E Dona Senhora fumaçando: Dizer que MOÇA NÃO EXISTE? isso é uma conversa deslavada, sem cabimento. Isso é um boca-suja falando asneira. Tai BETINHA, seu exemplo. Aliás, cá pra nós: Um “belo exemplo de virgindade”, né?

 

A FACA:

Você tem duas alternativas para conhecer a faca: Uma, quando com a faca você corta. Outra, quando com a faca VOCÊ SE CORTA.

* Viegas questiona o social
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