Por uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e da Sociedade Brasileira de Colo Proctologia (SBCP) o mês de Março foi oficialmente consagrado como mês dedicado a campanha de prevenção do câncer colo retal, denominada de Março Azul.
No dia 25 de Março será a data oficialmente consagrada a esse evento, médicos participantes da campanha estarão vestidos de azul em todo o país.
Muitos monumentos nacionais estão iluminados com a cor azul como o Congresso Nacional, o Cristo Redentor no RJ, o Obelisco do Ibirapuera, fachadas de Hospitais, Clínicas, Igrejas e outras diversas instituições para chamar atenção sobre a prevenção e tratamento dessa importante patologia com alta incidência no Brasil, sendo a terceira doença maligna que mais causa óbitos.
Esse tema já aqui foi tratado.
Mas o principal exame para a prevenção e o diagnóstico do chamado câncer colo retal (CCR) é o exame chamado colonoscopia.
Trataremos aqui exclusivamente desse procedimento explicando sua indicação e necessidade, a sua realização, desfazendo medos e explicando possíveis efeitos adversos.
Primeiramente é um exame, digamos mal afamado, e enfrenta o preconceito em sua realização principalmente do segmento do sexo masculino.
A indicação do exame colonoscópico é variada, presença de sangue nas fezes, visível ao olho nu ou em um exame chamado de pesquisa de sangue oculto positivo, diarreias prolongadas, avaliação de doenças inflamatórias intestinais (colites e uma doença chamada de colite de Crohn), pesquisa de origem de anemias, podem ser causadas por um sangramento oculto no intestino grosso, alterações do hábito intestinal (começa a alternar diarreia com intestino preso), avaliação de dor abdominal, emagrecimento a esclarecer.
Mas vamos falar mesmo sobre a indicação de prevenção do CCR, tema principal do Março Azul.
É o principal exame e o mais eficaz na prevenção e no diagnóstico precoce do CCR, podendo localizar lesões pequenas, em torno de 0,5 cm, lesões maiores que, obviamente já são sintomáticas, pólipos pediculados com câncer em sua cabeça. Essas pequenas lesões podem ser tratadas durante o exame colonoscópico, as maiores serão realizadas as biópsias e, se necessário, sua marcação para a ressecção cirúrgica, que hoje pode ser seguramente realizada por vídeo laparoscopia e também sua marcação para radioterapia.
O exame consiste na utilização de um vídeo colonoscópio (um endoscópio com uma câmara de alta definição e aumento de imagem em sua ponta), canais para introdução de instrumentos necessários a corte e coagulação, canais de insuflação de ar e água.
O exame pode ser desconfortável, principalmente seu preparo, que requer uso de laxantes para a limpeza total do intestino, mas o paciente é sedado e usasse analgésicos para a dor.
Existem complicações sim, associadas à quando se associa um procedimento terapêutico, mas em mão adequadamente treinadas esse evento é extremamente raro. A principal e mais temida a perfuração que pode ser tratada por clipamento durante o procedimento ou por intervenção cirúrgica, na maioria das vezes por vídeo laparoscopia.
Mas a mensagem é que todos, principalmente acima de 45 anos devem fazer a colonoscopia, quando existe histórico de CCR na família essa idade deve ser mais precoce.
O achado de lesões pequenas é tratado durante o procedimento e as lesões um pouco maiores precocemente indicadas ao tratamento oncológico, cirúrgico, com quimio e radioterapia se necessário.
O principal recado do Março Azul é PREVINA-SE e SAPERE AUDE
– ouse saber, para curar!
