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05/02/2022 às 00h00min - Atualizada em 05/02/2022 às 00h00min

Segurança do Paciente

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

Jornal O PROGRESSO

  
Estamos em uma situação impar nunca dantes vivida na história da humanidade, a pandemia com uma espécie de vírus com altas taxas de transmissão e mortalidade e agravada agora por uma variante que se denominou de Ômicron sendo considerado essa variante mutante do vírus de maior taxa de transmissibilidade já existente.

Os boatos, histórias e estórias se multiplicam nas chamadas redes sociais colocando dúvidas no que de fato está acontecendo, a vacina matou! a vacina aleijou !, a vacina troca o DNA !. Fatos que mais prejudicam do que ajudam o combate a essa situação, afinal a imensa maioria não sabe como funciona uma vacina, quanto mais sobre mutações e sobre a dupla hélice do DNA, descrita por Watson e Crick em 1953, ganhadores do Nobel de Medicina em 1962, eles descreveram a dupla hélice, mas não descobriram o DNA, outra história.

Então hoje eu li no Jornal “O Estadão” de 03 de fevereiro de 2022, “Circula nas redes que uma criança morreu após ser vacinada contra a COVID. O Ministério da Saúde, porém, disse em nota que ninguém com menos de 18 anos morreu após receber o Imunizante no País”.

Porque coloquei esse fato/nota, porque isso envolve bem o tema abordado, a SEGURANÇA DO PACIENTE, essas informações levam a pânico por desinformação. Precisamos de ambientes seguros para vencer as adversidades e no campo da Saúde a segurança é fundamental.

Numa época de altas tecnologias, manejo de DNA, cirurgia robótica, falar em segurança do paciente pode parecer menos interessante, o postulado hipocrático “primum non nocere” (primeiro não causar ano vem de 430 A.C. mas continua sendo pedra angular na prestação de serviços de saúde, na verdade faz parte da essência do atendimento médico.

A segurança do paciente não atraiu a atenção at´1999 com a publicação do relatório do Institute of Medicine (IOM), To err is human Building a safer health care system (errar é humano - construindo um sistema de saúde mais seguro).

Esse relatório realizado nos Estados Unidos Em New York, Utah e Colorado chegou a um número em que 4e4 mil a 98 mil pessoas morriam, anualmente por erros evitáveis, mais do que em acidentes de automóveis, câncer ou Aids. O impacto mundial foi tão grande que a segurança do paciente passou a ser incorporada dentre os cinco atributos de qualidade do serviço, juntamente com efetividade, centralidade no paciente, oportunidade do cuidado e eficiência.

E o que é a segurança do paciente, em uma frase podemos dizer que “é a prevenção de lesões e danos aos pacientes decorrentes de cuidados que tem como objetivo ajudá-los”.

Em 2005/2006 a WHO – Organização Mundial da Saúde junto com a Universidade de Harvard desenvolveram e lançaram o programa cirurgias seguras salvam vidas (Safe Surgery Saves Lives).

Na medicina os hemocentros e a anestesia desenvolveram de forma pioneira os programas de segurança, no ano de 2000 morreram 1 paciente para cada 250.000 anestesias e na África subsaariana um paciente para cada 100 anestesias. A infecção hospitalar atinge cerca de 1,4 milhão de pacientes admitidos em hospitais. Esses números, por si, explicam a importância de rigorosos procedimentos de segurança hospitalar para os pacientes. O problema da segurança cirúrgica é reconhecido por todo o mundo. Em países em desenvolvimento contribuem, para o agravamento o estado deficiente da infraestrutura, equipamento e qualidade do medicamento, as falhas nos treinamentos e no controle de infecções, portanto um movimento global cuja abordagem envolva todos do sistema visando uma assistência cirúrgica anestésica hospitalar mais segura salva vidas.

Esse problema abordei pelo viés da cirurgia e do hospital, mas segurança tem que ter em todos os lugares aonde se prática a arte da ciência médica. Recente no estado do Paraíba, umas quantidades de vacinas para adultos foram aplicadas em crianças, a razão? A falta da segurança para os pacientes. Devemos aplicar alguns postulados como incentivar a assistência médica segura, envolver o paciente em sua própria segurança, inclusão de segurança do paciente como disciplina curricular com incremento em pesquisa sobre a segurança dos pacientes.
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