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01/01/2022 às 00h00min - Atualizada em 01/01/2022 às 00h00min

CARTÃO DE NATAL

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

 
A PALAVRA de Deus, em Eclesiastes, nos diz: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.  Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar.

E então havia um tempo em que DAR E RECEBER CARTÕES DE NATAL, estes que faziam entre nós, parte da nossa cultura, dos nossos costumes, do sentimento cristão, neste tempo NATAL. As livrarias e papelarias e gráficas preparavam-se festivamente para servirem ao público consumidor com seus Cartões de NATAL.

E então distribuíam-se os cartões de natal às fartas por todos os lados, por todos os meios  sempre com mensagens de FELIZ NATAL, BOAS FESTAS E PRÓSPERO ANO NOVO! E mandar um cartão de Natal para a namorada, hein?! E para a “pretendida”? Quanta inspiração! Quanta dedicatória! Mais do que um Cartão de Natal, era um CONVITE AO AMOR.

Era “soçaite”, amável e cordial receber um Cartão de Natal. Também elegante e cordial era RETORNAR e AGRADECER pelo cartão e os votos recebidos. E então o grande social enchia-se DE ALEGRIA em dar e receber as felicitações de Natal e Ano Novo. Esse era o tempo (era o tempo) de PLANTAR, o TEMPO DE ABRAÇAR DE QUE TRATA A PALAVRA DE DEUS em Eclesiastes. Digo eu.

E hoje? E hoje? Hoje não tem mais Cartão e Natal. (Hoje-não-tem-mais-Cartão-de-Natal). As livrarias e papelarias e gráficas não cuidam mais disso. Porque esse tempo passou. E então já não se dá, nem se recebe cartão de Natal. Aquele gesto amigo e antigo – afável e cordial que embalava os nossos semblantes, os nossos corações, seja ao dar, seja ao receber, hoje não se pratica mais. Há milênios isso já era previsto quando se escreveu em Eclesiastes: Tudo tem o seu tempo determinado... tempo de afastar-se de abraçar.

Hoje, a bem da verdade, essas mensagens se fazem ora verbais, ora por telefone/celular e mais insistente via de MENSAGENS/WhatsApp, tocadas a toque de caixa, sem nenhuma pessoalidade.  A gente vê ali, a gente lê ali, e daí há pouco DELETA. Os tempos mudaram. E então já não se guardam, nem se colecionam os Cartões de Natal que outrora recebíamos, pelos Correios, inclusive!. E como era bacana, e como era legal!  E como em nós um refrigério da espiritualidade quando recebíamos ou quando dávamos um CARTÃO DE NATAL!!!  Os tempos mudaram... ...

Faz tempo, muito tempo, comprei uma centena de cartões em papel linho-branco. Coisa decente. E mandei gravar em serviço gráfico em mensagem personalizada e fiz distribuir a uma centena de concidadãos e concidadãs do dia a dia. Eu estava exultante e feliz com a minha mensagem de Natal; contudo só quatro ou cinco me responderam. E então não mais enviei Cartão de Natal. É verdade contudo que devemos dar sem esperar receber, mas... a nossa condição  HUMANA, nos leva a expectativas...     
E como todo o tempo é NATAL, então que tenhamos todos um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo!

Hoje ao escrever para estes... CAMINHOS eu me lembro daquele velho tempo em que se mandavam amáveis CARTÕES DE NATAL com mensagens gráficas e aquelas gravuras e aquele colorido típico natalino, sempre com votos de FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!

Hoje isso não tem mais. “É tempo de espalhar as pedras”, diz Eclesiastes. Basta a gente acessar o celular e neste o WhatsApp e as Mensagens de Natal estão lá. De todas as formas e para todos os gostos. Sem o toque da individualidade, da mensagem pessoal. Os tempos mudaram...

* Viegas questiona o social.
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