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18/12/2021 às 00h00min - Atualizada em 18/12/2021 às 00h00min

Álcool

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

 
Natal, Ano Novo, Férias e Carnaval, (se houver), avisaram ao Fígado? É bom né! Afinal é um tempo de reflexões (Natal), Decisões (Ano Novo), Relaxamento (Férias) e Farra (Carnaval), há também abuso em comidas carregadas e no consumo do álcool, e que é responsabilizado e de fato é responsável por uma série de males a nossa saúde. Vamos a eles.

Primeiro há a convicção de muitos que “bebo pouco”, porém saibam que “Não existe uma quantidade comprovadamente segura para o consumo do álcool” A OMS limita a 30 g / dia o consumo (uma lata de cerveja equivale a 10 g de álcool, ou um copo de chope – 330 ml, ou uma taça de vinho – 100 ml ou uma dose de destilado – 30 ml. Uma boa recomendação é que as mulheres não tomem mais de uma dose por dia e o homem duas.

Dito isso vamos aos males e breves considerações, Obesidade, bar e perda de peso são duas coisas que definitivamente não combinam, o álcool estimula o aumento da gordura corporal e consequente aumento da cintura, a bebida alcoólica é pobre nutricionalmente mas possui alto valor calórico, 1 g de álcool tem 7 calorias, 1 g de carboidrato tem 4 calorias (1 lata de cerveja 150 calorias igual a um pão francês).

Depressão embora gere uma alegria inicial o álcool é depressor do sistema nervoso central e contribui para a redução de células cerebrais. Com isso produz efeito deletério na arquitetura cerebral causando a perda de memória, que pode evoluir para a demência alcoólica.

Fígado gorduroso e cirrose, o fígado metaboliza tudo o que consumimos, beber demais altera o metabolismo dos triglicerídeos gerando acumulo de gordura no fígado a chamada esteatose hepática alcoólica e até 40 % das pessoas diagnosticadas com fígado gorduroso desenvolvem cirrose inflamação crônica irreversível do órgão que é uma lesão que se associa também ao câncer de fígado mas não é só o câncer de fígado, o álcool tem efeito cancerígeno sobre as mamas, boca, laringe, faringe, esôfago estômago e intestino.

Pâncreas doente o abuso pode gerara a pancreatite, sendo o álcool a principal com uma taxa de mortalidade de 36 % em geral ocorre com um consumo continuado, regular e exagerado de 5 anos e mais, além de poder resultar em diabetes tipo 2. O AVC (derrame) as pessoas que consomem, acima da dose recomendada pela OMS tem risco de 40% aumentado de ter AVC em relação as que nunca bebem demais. Cardiomiopatia dificulta a atividade de enzimas cardíacas deixando o músculo cardíaco fraco e flácido tendo como uma das consequências o edema de membros inferiores “o pé inchado” pneumonia e tuberculose a bebida alcoólica interfere na produção de glóbulos brancos responsáveis pelo combate as infecções os resfriados tornam-se mais frequentes e com a disfunção dos glóbulos e do sistema imunológico podem e evoluem com frequência para a tuberculose e pneumonia.

E uma frequente pergunta “O álcool corta o efeito do antibiótico? ” A resposta é não é bem isso que acontece, não dá para afirmar que bebida alcoólica corta p efeito do remédio, mas tanto o álcool como o antibiótico são metabolizados no fígado e consumir juntos levam a uma sobrecarga hepática e pelo efeito diurético do álcool pode também diminuir a concentração sanguínea do medicamento, existem antibióticos que não devem ser consumidos com álcool por efeitos indesejáveis como o metronidazol, o cloranfenicol, o Timidazol, a Furazolidona e as sulfas. Causam reações como rubor, palpitações, dor de cabeça latejante, dificuldade respiratória, náuseas, vômitos, suor, sede, dor torácica taquicardia, hipotensão, sincope, fraqueza vertigem visão turva e confusão mental.

Logo chegamos à conclusão de que o importante é utilizar o bom senso em relação a quantidade. O consumo moderado dificilmente irá trazer problemas e não considerar que somente é alcoolista aquele que bebe mais do que seu médico!
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