(Discurso proferido na Missa de Corpo Presente)
(Doutor CAMARGO, NEGÃO, cadê os advogados de Imperatriz? Aqui agora só meia dúzia de gatos pingados. Devem estar ocupados. Muuuuito ocupados. Mas você não está só. Deus está contigo. Tem nada não, NEGÃO, “Do pó viemos e ao pó voltaremos”).
Conheci o Doutor CAMARGO – Antônio Donizete Camargo, por volta dos anos oitenta, exercente advogado por aqui, vindo de outras paragens e ali acompanhávamos a interesses em divergência. Nunca, porém, tive qualquer deslinde com o Doutor Camargo. Sempre fomos amistosos, cordiais, tratáveis.
Doutor Camargo, por vezes puxava umas brincadeiras inocentes, com sabor de “piada”, de “pegadinha”. Mas ele não tinha essa vocação toda pelo humor. Atropelava na fala e tantas vezes eu nem entendia as suas brincadeiras. E tudo resultava em brincadeira. Por vezes, do carro, de passagem falava nas alturas, gritava. Convidava para uma pescaria. Tinha sempre uma PESCARIA pelo meio. Era assim o Doutor Camargo: Simples, pacato, modesto. Sem barreiras. Obrigado Dr. Camargo, por você ter existido.
Eu reputava, como sempre reputei na pessoa do Doutor Camargo, UM DOS MAIORES LUMINARES DA ADVOCACIA LOCAL. Um EXPOENTE! Não só isso, mas também UM DOS PILARES DA NOSSA ADVOCACIA. Honesto, fiel, digno em tudo o quanto punha as mãos. Foi assim como sempre vi o doutor Camargo. São esses valores que me animam a testemunhar isso, agora!
Por conta de seus valores pessoais, das suas luzes do saber jurídico/profissional, tantas vezes (tantas vezes) busquei discutir com o Doutor Camargo determinados ângulos do direito. Na esfera civil, geralmente. Discordávamos até. Olha eu: “discordávamos até”. Mas, ainda assim, NUNCA ME ARREFECI em buscar as luzes, a fonte, o conhecimento do colega nas minhas dúvidas jurídicas. E Camargo, ali: sempre pronto à discussão, ao norteio. Cartas na mesa.
Doutor Camargo: Morávamos tão perto (tão perto) mas tão distante, tais os vieses da vida. Eis a vida! Perder o Doutor Camargo é perder uma DIGNIDADE; uma das MAIORES EXPRESSÕES da advocacia local, no âmbito civil. As questões intrincadas, complexas, difíceis, era com ele mesmo! Perder o DOUTOR CAMARGO é perder uma linha mestra da condução e da peleja das lides judiciais.
Quiçá muita gente por aí nem teve nem tenha essa noção toda desse MONSTRO SAGRADO no terreno profissional da advocacia. Tal a simplicidade, a modéstia, a HONRADEZ, a RESPONSABILIDADE, a lisura, a retidão, a cultura, a engenharia jurídica que era o doutor Camargo!!!
E então não digo mais. Descansa em Paz, NEGÃO, meu irmão. E que NOSSA SENHORA APARECIDA, de quem fora seu devoto, TE PROTEJA COM O SEU MANTO SAGRADO. Depois a gente se vê, porque a ETERNIDADE em que te encontras é bem ali. Mais dia, menos dia, chegaremos lá. Enquanto isso, por aqui, NEGÃO, A VIDA CONTINUA!
(* Viegas questiona o social)
