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11/09/2021 às 00h00min - Atualizada em 11/09/2021 às 00h00min

Era Sete de Setembro

Viegas (além de saudosista) questiona o social

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

  
Francamente! Não ando lá com essa disposição toda (esse pique) de escrever um texto para estes... CAMINHOS. Os neurônios não estão colaborando. Algo se faz fora dos trilhos. E, até mesmo nas noites acordadas, não tenho mais exercido a “produção literal” que outrora exercia. Aliás que tenho em mente escrever duas edições do tipo “GENTE QUE FAZ”, tudo na mente qual uma “bala na agulha” mas... ainda assim... nada dos textos.

Em face disso, sirvo-me de outro “portal” que se me serve como janela, qual seja, a crônica PÁGINA DE SAUDADE, que escrevo na Rádio Mirante /AM, na capital, faz 14 anos, no Programa Clube da Saudade este há 33 anos no  ar, em cadeia com mais de 30 emissoras em todo o Estado, segundo os apontamentos. Audiência, é o que não falta!

E então vamos ao último texto de PÁGINA DE SAUDADE que o adapto para estes... CAMINHOS POR ONDE ANDEI.
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Era Setembro, em meio a tantos outros setembro. Aliás que o ruflar dos tambores, em ritmo e cadência marcial, já vinham desde agosto nos ensaios das Escolas do segundo grau, em preparação para o desfile do dia da Pátria.

E então no sete de setembro, por aqui tínhamos um desfile apoteótico, triunfante, ao calor do civismo, como assim era de um tempo. O Desfile das Escolas era antes de tudo uma a exibição. Não tinha lá essa performance militar mas havia um sentimento de “pátria amada, Brasil”.  Educandários por aqui como Escola Técnica do Comércio Amaral Raposo, Escola Santa Teresinha, Ginásio Bernardo Sayão, Colégio Ebenézer e outros, compareciam em farda de gala e outros trajes, nos desfiles de Sete de Setembro.

Pelotões escolares que simbolizavam a educação, a Cultura, o comércio, a indústria, a pecuária, os esportes, as profissões além de demais segmentos do social eram de fato uma  janela para mostrar o potencial cívico e cultural nos desfiles de Sete  Setembro por aqui.              

O povo lotava Av. Getúlio Vargas e a Praça Brasil. A imprensa realizavam a cobertura dos desfiles e solenidades correlatas. Também havia segmentos (pelotões)  da Maçonaria, do Lions Clube, da Associação dos Reservistas, do Sindicato dos Arrumadores, além de outras categorias presentes e partícipes aos eventos de SETE DE SETEMBRO.

Naqueles tantos Sete de Setembro, marcantes mesmo eram os desfiles na capital com suas bandas Marciais: Liceu, Academia do Comércio, Centro Caixeiral, Ateneu, Colégio São Luís, Maristas, entre outros. Havia verdadeiros craques, uns na corneta e outros tantos ao ruflar dos tambores. Era contagiante! Emocionante! Tantas vezes o desfile deixava de ser ato cívico  para ser uma EXIBIÇÃO.              

Diretores, professores, inspetores  e outros, todos empenhados com o desfile de Sete de Setembro, na representação de sua Escola.  Era o civismo - na veia, no sangue! Nessa marcha, permito-me lembrar do imortal Professor Luís Rego - ele mesmo, empolgado, suado,  e determinado à frente do seu Colégio São Luís. Uma imagem e lembrança de Sete de Setembro que permanece na minha retina, até hoje. Até hoje!

Era sete setembro.  Em meio a tantos outros Setembro. Agora abre alas que  vai passar uma águia, com o seu ninho de águias; Um tanque de guerra! Uma locomotiva com 500 passageiros. Um exército em cinza e branco! Engrenagem gemada ao peito! Éra a minha Escola Técnica Federal.  A Escola não tinha concorrentes nos desfiles cívicos, nem na escolaridade, nem nos esportes. Linha de frente em tudo!  Inigualável! Disciplina, empolgação e organização a toda prova!              
A Escola  com suas bandas marcial e musical dezenas de instrumentos. Aquilo era demais! Era um verdadeiro exército a serviço e à vanguarda da Pátria. Enfim era o sangue ETESSELITANO na veia, esse mesmo sentimento etesselitano na alma e no coração. Era assim a águia e aquele exército de águias. Mais do que VENCEDORA entre os mortais.

A minha Escola Técnica Federal,  como na canção “...foi um rio que passou em minha vida / E o meu coração se deixou levar.

E lá se vai e lá se foi a minha Escola Técnica Federal no retão da avenida, ao ruflar dos tambores, sumindo no Canto do Brasil, rumo à Praça João Lisboa, onde se fazia o palanque das autoridades para retornar ao seu ninho de águias, quando o sol já transpunha  pouco mais do pino do meio-dia, numa jornada que teve início às oito da manhã.  Era 7 de Setembro. Era! E eu aqui para assinar esta... PÁGINA DE SAUDADE.
 
 
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