Talvez a cirurgia da “pedra da vesícula” seja a mais realizada no mundo, ficando uma dúvida se a cirurgia de hérnia seria a mais realizada.
Sim, mas a pergunta que tentaremos esclarecer aos leitores, primeiro, o que é a “pedra da vesícula”, Quais os seus sintomas, Como realizar o diagnóstico, As suas possíveis complicações e sua prevenção?.
A “pedra na vesícula” se origina de substâncias ditas litogênicas (formadoras de cálculos), presentes na bile que é armazenada na vesícula biliar. A vesícula é uma estrutura em forma de uma pera aderida ao fígado e ligada a via biliar – canal que vai do fígado para o intestino – através de um ducto fino chamado de ducto cístico que se une a via biliar formando um canal chamado de colédoco, que tem importância por poder ser local também de localização de cálculos.
Bom, os cálculos basicamente são de colesterol, bilirrubinas o cálcio, a dieta ocidental é muito rica em gordura animal, leite, carnes e derivados, alimentos ricos em colesterol que em excessos podem levar a formação de cálculos. O estilo de vida é importante na gênese dos cálculos biliares, o jejum prolongado aumenta o risco de cálculos, a obesidade também é fator de risco, e o emagrecimento rápido também tem como exemplo a formação de cálculos após cirurgias para o tratamento da obesidade.
O diabetes é importante fator de agravamento da inflamação da vesícula originária da presença de cálculos ocasionando quadros de infecção graves.
O paciente com quadro de presença de cálculos biliares deve ter uma dieta balanceada e pobre em gorduras.
Os cálculos biliares variam de tamanho, desde simples poeiras que passam despercebidas ao tubo digestivo até cálculos maiores que ocasionam a inflamação denominada de colecistite.
Na maioria das pessoas a presença de cálculos biliares passa despercebida, mas pode resultar em quadros graves de inflamação, a colecistite, principalmente em diabéticos.
Os cálculos biliares ocorrem em cerca de 20 % da população em uma frequência de quatro (quatro) mulheres para 01(um homem) isso porque existem fatores hormonais importantes envolvidos. A obesidade, a gravidez, o diabetes, o sexo feminino, a medicação para baixar o colesterol, o emagrecimento rápido e o fator familiar constituem alguns elementos de risco para a doença.
E quais os principais sintomas da “pedra na vesícula” primeiro a dor forte do lado direito abaixo da costela, com irradiação para as costas, omoplata (também chamada de pá no nordeste), náuseas e vômitos, notadamente com a alimentação e alivio com os vômitos. Sinais de alarme e de motivo para apressar o tratamento são a febre com calafrios, a dor intratável e o aparecimento de cor amarela nos olhos (icterícia)
Existem complicações graves da presença de cálculos na vesícula, primeiramente a já citada inflamação chamada de colecistite, a obstrução do canal biliar e pancreático ocasionando pancreatite e colangite (inflamação do pâncreas e da árvore biliar situações de risco de vida!) e o câncer de vesícula que tem incidência aumentada em portadores de cálculos e é uma situação muito grave e preocupante.
E o diagnóstico e tratamento? Um exame rápido, não invasivo, eficaz na dependência do operador dar o diagnóstico, o ULTRA SOM ABDOMINAL! Existe uma questão sobre o momento operatório, esperar ter sintomas, ou operar logo após o diagnóstico, como cirurgião, advogo a cirurgia tão logo seja possível após o diagnóstico, lembrando que 70% dos casos são assintomáticos e a maioria dos diagnósticos ocorrem quando a pessoa vai à busca de tratamento de outras patologias.
A cirurgia atual é a COLECISTECTOMIA VIDEO LAPAROSCÓPICA, EFICAZ, SEGURA E DE EXCELENTE PROGNÓSTICO EM CIRURGIÕES DEVIDAMENTE QUALIFICADOS Calcula-se em mais de 5 mil cirurgias / mês no Brasil.
Na prevenção deve-se observar os fatores de riscos e evitá-los, como por exemplo o emagrecimento rápido, em dietas evitar perder mais de 01 kg por dia, as comidas com excesso de gorduras, o jejum prolongado, a ingesta adequada de água.
Outro fator questionado, é “na cirurgia por vídeo sobra cálculo?” NÃO! A cirurgia é a mesma, a via de acesso que é outra com menor trauma operatório e, obviamente, recuperação mais rápida.
Esse procedimento é realizado em Imperatriz desde 1990, sendo o primeiro no Maranhão aqui realizado.