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12/08/2021 às 00h00min - Atualizada em 12/08/2021 às 00h00min

IMGUINORAPULIS

Capítulo XXIX

JAURO GURGEL

JAURO GURGEL

JAURO José Studart GURGEL, durante muitos anos Editor Regional de O PROGRESSO, em Araguaína (TO),

*Republicado a pedidos
**Publicado originalmente em 3 de março de 2013

E tem mais... muito e muito mais

Um dia, um velho amigo e que também passou uma temporada residente em IMGUINORAPULIS, ao se encontrar comigo, fez o seguinte comentário: “Tudo só acontece em IMGUINORAPULIS”, e lembrou uma certa sessão ordinária legislativa da Câmara Municipal, onde um determinado projeto de lei foi aprovado por 7 votos contra 2, e ao declarar o projeto aprovado, o senhor presidente fez esta maravilhosa declaração: “Aprovado por unanimidade, com dois votos contrários!”. Já em outra sessão, quando era discutido e votado um projeto dando o nome de uma personalidade local a uma via pública, um outro vereador declarou: “Voto a favor, pois este senhor está implantado morto no nosso cemitério!”. E tem mais o caso de um apresentador de um programa de televisão local que, ao criticar a administração municipal por estar deixando a cidade totalmente tomada pelo mato, fez este angustiante apelo: “Senhor Prefeito! O mato tá tomando conta dos nossos bairros. Vamos meter a foice no PERÍNEO de IMGUINORAPULIS!”.

E o caso da morte do coitado do VIALDINO, cujo corpo foi encontrado no fundo do “Córrego Estandarte”, dentro de um saco de lona, amarrado nos pés e nas mãos, cheio de marcas de tiros e totalmente retalhado, e que, ao chegar ao Instituto Médico Legal, foi autopsiado pelo médico legista ante a presença do Delegado FERRABRAZ. Ao tomar conhecimento do achado macabro, fui até a delegacia conversar com aquela autoridade policial para saber se ele tinha alguma pista sobre o crime, e ele me deu uma informação genial: “Infelizmente, não temos pista. A única coisa que posso afirmar com convicção é que o rapaz não cometeu um suicídio!”.

Também não poderia deixar de contar, nesta narrativa, o fato acontecido com um repórter de televisão que, num automóvel, se deslocou de IMGUINORAPULIS a PERDIDINHA, cuja distância é de aproximadamente 100 quilômetros, para fazer a cobertura de um evento político que estava acontecendo naquela cidade. Ao se encerrar toda a programação elaborada, as autoridades convidadas seguiram em direção ao Campo de Aviação para apanhar o avião de volta a IMGUINORAPULIS, e foi então constatado que uma delas tinha decidido permanecer por mais alguns dias em PERDIDINHA e, desta forma, surgiu mais uma vaga na aeronave. Vários profissionais da imprensa e outras pessoas presentes ao evento, inclusive eu, foram convidados para ocupar a referida vaga, até que depois de muitas argumentações e justificativas, o tal repórter criou coragem e resolveu aceitar o convite, embarcando no avião. Contou-me o piloto que, a partir do momento em que entrou no avião, o dito cujo repórter fechou os olhos e, tremendo e suando por todos os poros, permaneceu durante todo o voo. Ao chegar em IMGUINORAPULIS, já sobrevoando o Aeroporto Internacional, um dos passageiros chegou até o rapaz avisando que a viagem já estava chegando ao fim e que ele poderia abrir os olhos. O repórter arregalou os olhos, olhou para baixo e comentou bem alto com os demais passageiros: “EU JÁ SABIA QUE IMGUINORAPULIS ERA GRANDE, MAS NUNCA PENSEI QUE FOSSE TÃO ALTA DESSE JEITO!”.

Para finalizar, vamos ao caso de um vereador IMGUINORAPULIENSE que teve uma ideia semelhante à de um empresário que foi vender picolé aos esquimós, ou de um lenhador que foi trabalhar no Deserto do Saara. O vereador em questão resolveu comprar um ambulância, que permanecia sem serventia, já que ninguém adoecia, ninguém sofria um acidade, nenhuma mulher paria. E o vereador, já quase desesperado, rezava e pedia aos céus para que algo de trágico acontecesse para que ele pudesse utilizar o seu veículo, que continuava estacionado na porta de sua casa, há mais de 30 dias.

Uma certa tarde, toda a população de IMGUINORAPULIS foi surpreendida pelo barulho da sirene da ambulância, que trafegava vagarosamente por todas as ruas da cidade, com o próprio vereador ao volante. E quem olhava para dentro do veículo observava que alguém estava deitado na maca.

Após percorrer toda a cidade, como querendo avisar à população que sua ambulância estava prestando um serviço à comunidade, o vereador parou o carro em frente ao HOSPITAL BOA VIAGEM E PAZ ETERNA, desceu do veículo, abriu as duas portas traseiras e puxou a maca, onde um corpo feminino desfalecido estava deitado.

Os curiosos, entre os quais eu, se aproximaram, olharam e tiveram uma surpresa: a própria esposa do vereador lá estava, com o rosto cheio de hematomas e doze dentes quebrados, devido a uma violenta surra do marido. Só assim o vereador em questão inaugurou a sua ambulância.

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